Pensavas que o único perigo nas bombas de gasolina era o preço dos combustíveis? Pensa de novo. Há um novo esquema a circular que não precisa de tecnologia avançada, apenas de uma distração tua e de uma pistola de abastecimento fora do sítio. Estamos habituados a ter cuidado com o Phishing no email ou com as burlas nas plataformas de venda. Mas agora, o perigo é físico e acontece no momento em que estás mais vulnerável: de cartão na mão, a tentar abastecer o carro. O novo esquema chama-e “Pump Switching” (Troca de Bomba), está a fazer muitas vítimas lá fora e dada a popularidade das bombas automáticas em Portugal pode chegar cá num piscar de olhos. Assim atenção a este alerta nas bombas de gasolina.
O que é o “Pump Switching”: o novo perigo nas bombas de gasolina
Imagina este cenário, muito comum numa bomba self-service ou low-cost à noite:
Chegas à bomba, inseres o cartão e autorizas o pagamento (aquelas pré-autorizações de 100€).
Tiras a pistola (mangueira) do suporte, pronto para abastecer.

O Esquema: Nesse momento, és abordado por alguém. Pode ser um burlão agressivo a “oferecer ajuda”, alguém a pedir dinheiro insistentemente, ou apenas a criar confusão para te intimidar.
O Erro: Sentindo-te inseguro ou frustrado, decides ir embora. Entras no carro e arrancas. Mas, com a pressa, não voltaste a colocar a pistola no descanso (o suporte da bomba).
O resultado? A tua conta fica aberta. Como não “pousaste” a mangueira, a máquina assume que o abastecimento ainda está a decorrer (ou prestes a começar).
O burlão pega na pistola que deixaste pendurada e:
Enche o depósito do carro dele à tua conta.
Ou pior: chama outros condutores e oferece abastecer-lhes o carro em troca de dinheiro vivo, usando o saldo do teu cartão que ficou pré-autorizado.
Tu vais para casa a pensar que escapaste de uma situação chata, e dias depois vês que te saíram 100€ da conta sem teres posto uma gota de gasolina.
Não é só distração, também há tecnologia
Entretanto há também os perigos clássicos que continuam ativos e que vemos muito em Portugal:
Skimmers (Clonagem): Aparelhos falsos colocados na ranhura do cartão para copiar os teus dados.
O truque do Contactless: Os burlões por vezes danificam o leitor contactless ou o ecrã tátil propositadamente. O objetivo? Obrigar-te a inserir fisicamente o cartão na ranhura (onde está o “chupa-dados” ou skimmer) para te roubarem a banda magnética e o PIN (muitas vezes com micro-câmaras escondidas).

Como te protegeres (Guia de Sobrevivência)
Para não seres a próxima vítima, segue estas regras sempre que fores a uma bomba automática:
O “Clack” é sagrado: Nunca, mas mesmo nunca, arranques sem confirmar que a pistola está bem encaixada no suporte e que o contador da bomba fez “reset” ou terminou a sessão. Se tiveres de fugir de uma situação de perigo, atira a mangueira para o suporte primeiro.
Pede o talão: Se cancelares a operação, tenta esperar que a máquina imprima o talão de cancelamento (ou confirma no ecrã que a operação foi anulada).
Desconfia de “ajudas”: Em Portugal, a não ser que o funcionário esteja fardado, ninguém se oferece para te pôr gasolina. Se um estranho se aproximar enquanto tens o cartão na máquina, cancela tudo imediatamente.
Usa o Contactless (sempre que der): É muito mais difícil clonar um cartão por aproximação do que inserindo na ranhura. Se a máquina tiver o contactless “avariado” e parecer suspeita (peças soltas, desalinhadas), muda de bomba.
Verifica a conta: Se algo estranho aconteceu na bomba, vai à App do teu banco nos minutos seguintes. Se vires uma transação que não fizeste, liga logo a cancelar o cartão.

