Se andas à procura de computador novo, já deves ter tropeçado nelas: marcas com nomes estranhos (muitas vezes vindas da China) que oferecem portáteis ou Mini PCs com processadores i7 ou Ryzen de última geração, 32GB de RAM e 1TB de disco, por um preço que as marcas tradicionais (HP, Dell, Apple) cobrariam apenas pela caixa vazia. Onde está o truque? Geralmente, está no chassi. Quando pegas nestes computadores baratos, sentes plástico. Às vezes o teclado flete um bocadinho, ou o trackpad não é vidro premium. Mas será que isso importa assim tanto? A tendência diz que não, e esta abordagem de “funcionalidade acima da forma” faz cada vez mais sentido.
Computadores baratos mas poderosos
1. O silício não quer saber onde mora
O argumento principal é simples: um processador Intel ou AMD funciona exatamente à mesma velocidade, esteja ele dentro de uma carcaça de alumínio maquinado de 2000€ ou numa caixa de plástico de 400€.
Ao abdicar de materiais premium que encarecem drasticamente o fabrico e o transporte (pelo peso), estas marcas conseguem canalizar o orçamento todo para o que realmente interessa: a performance. Para quem quer editar vídeo, programar ou ter dezenas de separadores abertos, a “sensação ao toque” do chassi não renderiza o vídeo mais depressa. A RAM e o CPU sim.
2. A era dos Mini PCs
Este conceito atingiu o auge com os Mini PCs. Marcas como a Minisforum ou a Beelink colocam componentes de portátil de topo dentro de caixinhas de plástico que cabem na palma da mão.

Como estas máquinas vão ficar paradas em cima da secretária (ou até escondidas atrás do monitor), a qualidade de construção exterior torna-se quase irrelevante. Para quê pagar por alumínio escovado numa caixa que nunca vais tocar? É dinheiro deitado fora.
3. Tecnologia vs. Durabilidade
Há também um argumento lógico sobre a longevidade. A tecnologia avança tão rápido que um computador torna-se “velho” em 4 ou 5 anos. Vale a pena pagar o dobro por um chassi “inquebrável” que vai durar 10 anos, se os componentes lá dentro vão estar obsoletos em metade desse tempo?
Esta abordagem “utilitária” aceita a realidade da tecnologia: compramos a máquina para o que ela faz hoje, não para ser uma relíquia de família.
Onde é que dói? (Os compromissos)
Claro que nem tudo é perfeito. Ao optares por estas marcas que privilegiam specs sobre o chassi, tens de estar atento a três coisas onde eles costumam poupar para além do plástico:
O Ecrã: Muitas vezes têm boa resolução, mas pouco brilho ou cores menos precisas.
A Bateria: A gestão de energia e a qualidade das células costuma ser inferior às grandes marcas.
O Arrefecimento: Plástico dissipa pior o calor que o metal, por isso as ventoinhas podem fazer mais barulho.

Veredicto: A compra racional
Se és um executivo que precisa de impressionar clientes numa reunião, talvez o look premium de um Mac ou de um Surface seja necessário.
Mas para a grande maioria de nós, estudantes, trabalhadores remotos, ou quem quer apenas uma máquina potente para casa, esta nova vaga de computadores “feios mas potentes” é a melhor notícia da década. É o triunfo do conteúdo sobre a forma. E a tua carteira agradece.

