Apesar de não ter sido a primeira do mercado, a Samsung quis ir mais longe do que toda a gente. Estamos obviamente a falar do smartphone com três dobras, agora disponível para todos, num formato nunca antes visto, e claro, a promessa de que a engenharia ia aguentar o impacto.
O problema é que, no mundo real, as promessas não chegam.
Ou seja, o Galaxy Z TriFold acaba de se tornar o primeiro smartphone da Samsung a falhar um bend test público.
O teste de dobra que correu mal
O conhecido teste de resistência feito por JerryRigEverything mostrou aquilo que muitos já suspeitavam. O Galaxy Z TriFold não aguenta bem a pressão física aplicada ao chassis.
O que é normal, porque é um design completamente fora do normal, com muitos pontos de falha que pura e simplesmente não existem num smartphone tradicional, e que de facto, também começam a desaparecer nos cada vez mais comuns smartphones dobráveis do tipo Fold e Flip.
Aliás, segundo o próprio criador do teste, os painéis traseiros em plástico ultrafino não oferecem praticamente nenhum reforço estrutural. Ou seja, o telemóvel é fino, impressiona à vista, mas paga esse preço em rigidez.
Num teste onde outros modelos dobráveis da Samsung já tinham passado com distinção, este falhou.
A dobradiça é o calcanhar de Aquiles
Este resultado não aparece do nada.
Já havia relatos anteriores a indicar que a dobradiça do Galaxy Z TriFold começa a fazer ruídos estranhos por volta das 60 mil dobras. Pior ainda, há quem afirme que a estrutura começa a ceder de forma séria perto das 140 mil dobras.
Para comparação, a Samsung promete cerca de 200 mil ciclos de dobra para este modelo. Um número já inferior ao que oferece no Galaxy Z Fold 7, que aponta para as 500 mil dobras.
Na prática, isto significa que o TriFold está a pedir confiança ao utilizador… sem a conseguir justificar.
Produção limitada não é um acaso do destino
A própria Samsung parece saber disso.
As estimativas mais recentes apontam para vendas entre 3 mil e 4 mil unidades até agora, com um teto máximo global entre 30 mil e 40 mil unidades. Números extremamente baixos para um produto Samsung.
Mas isto não é um luxo controlado. É medo puro.
Quando uma marca deste tamanho decide produzir pouco, é porque não quer lidar com um problema maior mais à frente.
Um monstro tecnológico, mas ainda frágil
Tecnicamente, o Galaxy Z TriFold impressiona.
Estamos a falar de um ecrã interno de 10 polegadas, AMOLED LTPO, resolução elevada, brilho agressivo e taxa de atualização até 120Hz. Junta-se um segundo ecrã externo também AMOLED, 16GB de RAM, Snapdragon 8 Elite, até 1TB de armazenamento e um conjunto de câmaras digno de topo de gama.
Tudo isto num corpo com menos de 4.5 mm de espessura aberto.
Mas nada disso importa se a estrutura não acompanhar. Não é um aparelho com muita longevidade. Serviu apenas para a Samsung dizer que conseguia fazer.
Inovação com pressa a mais?
O Galaxy Z TriFold não é um mau produto por falta de ambição. É exatamente o contrário. É ambicioso demais para o estado atual da tecnologia.
Este falhanço não mata o conceito de triple fold. Mas deixa claro que ainda não está pronto para o mercado de massas.

