A ROG Xbox Ally é potente. Mas o dinheiro inteligente olha para outro lado!
Sim, a recentemente lançada ROG Xbox Ally da ASUS é a consola mais poderosa do mercado. É mesmo um monstro, que quando funciona bem (Windows 11…), impressiona em quase todos os campos.
Mas, traz consigo um preço que não faz grande sentido para aquilo que oferece.
É por isso que a consola mais poderosa não tem de ser a melhor consola portátil. Existem outras alternativas bastante mais baratas, que fazem muito daquilo que o consumidor realmente quer.
A melhor consola portátil não é a mais poderosa. É a mais barata

É inegável que o mercado das consolas portáteis explodiu nos últimos anos. A Nintendo abriu a porta com a Switch, a Valve entrou com o Steam Deck, e de repente apareceram propostas da ASUS, Lenovo, MSI e companhia. Cada uma a tentar ser mais poderosa, mais “PC”, mais tudo.
Aliás, até a Sony parece querer lançar uma consola portátil, o que há alguns anos atrás seria pura e simplesmente impensável.
De facto, a ROG Xbox Ally surge precisamente nesse contexto. Uma parceria entre a ASUS e a Microsoft, pensada para trazer a experiência Xbox para um formato portátil com ADN de PC. No papel, impressiona. Na prática, levanta uma pergunta simples.
Vale mesmo o dinheiro que custa? Não.
Muito músculo, um preço difícil de engolir
A versão mais potente da consola, a Ally X, vem equipada com o Ryzen Z2 Extreme, um chip capaz de correr jogos exigentes apesar de ainda ter de lidar com alguns compromissos. Assim, é uma consola rápida, competente, e não há grandes dúvidas quanto à performance.
O problema está no preço. A custar perto de 1.000€, entra num território onde a relação qualidade preço começa a perder-se, e não é pouco. Afinal de contas, esta consola portátil é mais cara que uma PS5 Pro. Isto é especialmente verdade quando se olha para aquilo que o utilizador médio realmente faz com uma consola portátil nos tempos que correm.
Porque, sejamos honestos, a maioria das pessoas não quer um PC completo em formato mini. Quer jogar. De forma simples. Sem pensar em drivers, Windows, launchers ou ajustes constantes. Além de tudo isso, quer que tudo funcione… LOGO!
Nintendo Switch 2. Menos potência, mais consola
É aqui que a Nintendo Switch 2 entra com força.

A Switch 2 não tenta ganhar a guerra dos números. Não compete em TFLOPs nem em benchmarks. Compete em experiência.
É uma consola mais pequena, mais simples, mais versátil. Funciona como portátil, consola de mesa e consola de sofá sem acessórios extra.
O hardware é mais modesto, mas os jogos são pensados para ele.
Além disso, apesar do aumento de preço nesta geração, custa bastante menos. E para quem gosta do ecossistema Nintendo, a escolha torna-se quase óbvia.
Steam Deck continua a ser a opção mais equilibrada
Se a ideia é mesmo jogar no mundo PC, então a resposta mais sensata continua a ser a Steam Deck OLED. É uma consola que está agora mais barata, e que de facto, tem várias alternativas no mundo dos usados e recondicionados.

Porquê uma consola “velha”? A Valve percebeu algo que muitos fabricantes ignoraram. Um sistema operativo pensado para comandos é mais importante do que potência bruta. O SteamOS funciona bem, é fluido, e evita grande parte da fricção típica do Windows em ecrãs pequenos.
A versão OLED junta um ecrã excelente, boa autonomia e desempenho mais do que suficiente para a maioria dos jogos da Steam. Tudo isto por praticamente metade do preço da Ally X.
Não é perfeita. Mas é honesta, e abre muitas portas no mundo do gaming. Especialmente se fores fã da emulação de jogos, como é o meu caso.
Aliás, se não quiseres uma Steam Deck, tens também a versão base da ROG Ally, que pode levar com o SteamOS em cima, se tiveres paciência para perceber como isso se faz. (Anda à volta dos 300€).
Então… vale a pena a ROG Xbox Ally?
A ROG Xbox Ally não é um mau produto. Longe disso. É rápida, bem construída e faz aquilo a que se propõe. O problema é que pede dinheiro de mais para aquilo que oferece, num mercado onde já existem alternativas mais equilibradas.
Para quem quer uma consola portátil simples e versátil, a Switch 2 continua a ser a escolha lógica. Para quem quer jogar PC em modo portátil, o Steam Deck oferece mais valor por euro gasto.
A Ally acaba por ficar num meio termo estranho. Demasiado cara para quem quer simplicidade. Demasiado complexa para quem só quer jogar.
Por isso, por vezes, a escolha inteligente não é a mais potente. É a que faz mais sentido.

