Futuro da fotografia é híbrido! Para onde estamos a ir?

A fotografia em smartphones está num ponto muito curioso. Os sensores estão cada vez maiores e mais complexos, mas continuam pequenos para aquilo que é a realidade de uma máquina a sério, porque as limitações físicas mantêm-se. Ainda assim, os resultados melhoram todos os anos. Não graças a essas pequenas melhorias no hardware, mas cim por magia, mas por software. De facto, cada vez mais, por inteligência artificial.

Para a OPPO, esse caminho é inevitável, e está longe de estar concluído.

A fotografia mobile nunca foi só hardware

Ao contrário do que acontece nas câmaras dedicadas, que de facto é um produto que perdeu mais de 90% da sua importância com o aparecimento do smartphone, não há espaço para sensores gigantes, nem óticas complexas. É preciso aproveitar ao máximo o espaço disponível. Aliás, é exatamente por isso que os smartphones mais recentes e mais poderosos trazem módulos quase sempre exagerados para cima da mesa.

Isto obriga as marcas a recorrer a processamento pesado para transformar dados “crus” em imagens apelativas. A chamada “magia” do software!

Durante anos foi HDR, depois fotografia computacional mais agressiva, agora IA em praticamente todas as etapas do processo. Segundo Simon Liu, responsável global de imagem da OPPO, isto não é um desvio. É evolução natural, e só vai ganhar mais importância.

No fundo, nos tempos que correm, a IA serve para reduzir a distância entre aquilo que o sensor capta e aquilo que o cérebro humano espera ver.

“As pessoas não querem realidade pura nas fotografias”

Isto já é assim há vários anos. Lembro-me perfeitamente do absurdo sucesso que a HUAWEI teve no mercado, há algumas gerações atrás, com fotografias que eram de facto muito desfasadas da realidade.

Aliás, isto obrigou marcas como a Samsung, Apple e Xiaomi, a ir atrás dessa forma de fazer as coisas. Há quem diga que esta é talvez a parte mais polémica do discurso da OPPO, mas não acho. É como as coisas funcionam há vários anos no mundo mobile.

Segundo Liu, a maioria das pessoas não quer ver a realidade tal como ela é. Quer ver a realidade como a imagina. Mais bonita, mais equilibrada, mais próxima daquilo que sentiu no momento.

O exemplo da Lua!

É um argumento fácil de perceber. Basta pensar na Lua.

A olho nu parece enorme e brilhante. Na fotografia crua, aquelas que os nossos smartphones são de facto capazes de capturar, fica um ponto branco sem detalhe. Se a IA conseguir aproximar a imagem daquilo que vimos, será isso falsificar a realidade… ou corrigir uma limitação técnica?

A OPPO acredita que é a segunda opção.

O problema quando a IA passa do ponto

Dito isto, nem toda a gente está confortável com este caminho.

Quando a IA é usada em excesso, o resultado começa a parecer artificial. Peles demasiado suaves, cores irreais, detalhes inventados. Deixa de ser uma fotografia e passa a ser uma interpretação.

Aliás, isso já está a acontecer. Nos últimos meses, vários utilizadores de Google Pixel têm criticado precisamente o excesso de processamento e decisões automáticas tomadas pela IA, que acabam por estragar a experiência em vez de a melhorar.

É aqui que entra a grande dificuldade. Saber onde parar.

A OPPO diz que ainda estamos longe do limite

Curiosamente, a OPPO não vê a situação atual como um ponto final. Pelo contrário.

Segundo a marca, nem o hardware chegou ao seu pico, nem a IA está sequer perto do máximo possível. Há mais potência de cálculo para explorar, mais refinamento a fazer e mais equilíbrio a encontrar entre tecnologia e intenção artística.

Entretanto, a própria OPPO reconhece que a IA tem de ser usada como uma ferramenta, não como um atalho. Mas, tal como qualquer outra tecnologia, tudo depende da forma como é aplicada.

O futuro vai ser híbrido, queira-se ou não!

No fundo, a discussão não é se a IA vai dominar a fotografia mobile. Isso já está a acontecer. A questão real é se as marcas conseguem usá-la de forma subtil, inteligente e respeitosa para com o utilizador.

Em suma, a OPPO acredita que sim. E acredita também que ainda estamos no início dessa curva.

Para finalizar, se vai resultar numa fotografia mais fiel àquilo que sentimos ou numa imagem cada vez mais distante da realidade… É algo que vai depender menos da tecnologia e mais das escolhas feitas pelas marcas.

Antes de mais nada, o que pensas sobre tudo isto? Partilha a tua opinião connosco.

Nuno Miguel Oliveira
Nuno Miguel Oliveirahttps://www.facebook.com/theGeekDomz/
Desde muito novo que me interessei por computadores e tecnologia no geral, fui sempre aquele membro da família que servia como técnico ou reparador de tudo e alguma coisa (de borla). Agora tenho acesso a tudo o que é novo e incrível neste mundo 'tech'. Valeu a pena!

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