A Samsung sabe perfeitamente que a marca Exynos carrega um problema de imagem difícil de ignorar. Durante anos, apesar de não serem maus, os seus chips ficaram quase sempre um passo atrás das alternativas da Qualcomm, criando aquela sensação desagradável de que alguns mercados pagam praticamente o mesmo… para receber menos.
Pois bem, a Samsung parece finalmente disposta a atacar o problema pela raiz.
Nomes pesados!
A marca sul-coreana acaba de contratar John Rayfield, um executivo com passagem em empresas de renome como a AMD, a Intel e também pela Arm. O anúncio foi feito pelo próprio no LinkedIn, onde confirma que vai integrar os laboratórios de I&D da Samsung, precisamente onde nascem os futuros Exynos.
O foco do seu trabalho não deixa grandes dúvidas. GPU, System IP e arquitetura de SoC. Ou seja, exatamente os pontos onde os Exynos têm falhado com mais frequência face à concorrência.
Porque é que esta contratação é importante
Não estamos a falar de um nome simbólico para relações públicas.

Rayfield tem experiência direta em áreas críticas do desenvolvimento de chips modernos, desde gráficos até à integração de componentes complexos num único SoC. É esse tipo de conhecimento que falta quando se quer competir com soluções maduras e altamente afinadas como os Snapdragon.
Se a Samsung quer mesmo deixar de depender tanto de chips externos para oferecer uma gama Exynos competitiva em todos os mercados, precisa de gente que já esteve do outro lado da barricada.
O Exynos 2600 está no centro de tudo
Esta contratação ganha ainda mais peso quando se olha para o que aí vem.
Tudo indica que o Exynos 2600 vai estrear-se na família Galaxy S26. E não é um chip qualquer. Será produzido em 2nm, podendo mesmo ser o primeiro processador móvel a ter como base esse processo a chegar ao mercado.
Dito isto, os rumores apontam para um salto sério em desempenho bruto, com a Samsung a abandonar os núcleos pequenos e a apostar tudo em potência. Uma abordagem agressiva, mas que mostra vontade de mudar.
O problema que continua: eficiência
Apesar do entusiasmo à volta do Exynos 2600, há uma sombra difícil de ignorar.
Relatos recentes indicam que o chip poderá sofrer em eficiência energética, muito por culpa do uso de um modem externo em vez de integrado. Uma decisão que, como já se discutiu, pode ter impacto direto na autonomia dos futuros smartphones.
Ou seja, mesmo com mais potência e um processo de fabrico mais avançado, os SoC Exynos continuam a caminhar numa linha muito fina entre ambição e risco.
Um sinal claro de que a Samsung quer mudar
Independentemente do resultado final, esta contratação é interessante, porque envia uma mensagem clara.
A Samsung sabe que precisa de mais do que ajustes cosméticos. Precisa de mudanças estruturais, de talento com experiência real e de uma visão técnica mais agressiva.
Já chega de andar atrás. É preciso fazer melhorias agressivas, até porque o investimento nas linhas de produção tem sido tudo menos curto por parte da gigante Coreana.

