Comprar um PC barato pode estar com os dias contados, e ao que tudo indica, 2026 promete ser o golpe final.
Durante anos, montar ou comprar um PC acessível foi ficando cada vez mais difícil, especialmente depois da crise das placas gráficas, e depois dos chips. Mas 2026 pode ser o ano em que isso deixa de ser exceção para passar a regra.
Infelizmente, é o que apontam as previsões mais recentes da IDC, que antevê uma tempestade perfeita a atingir o mercado dos computadores na segunda metade do próximo ano.
Memória cara, GPUs mais caras, armazenamento mais caro, e claro, um Windows a piorar tudo.

O problema começa onde já todos estão a sentir. Afinal, é o tema do momento.
A RAM disparou de preço, com aumentos que em alguns mercados já ultrapassam valores absurdos quando comparados com há poucos meses. A razão é conhecida. A indústria está completamente focada em IA, centros de dados e servidores, e a memória para consumidores passou para segundo plano.
Com a DRAM mais cara, tudo o resto sofre. As placas gráficas não escapam. AMD e Nvidia já dão sinais claros de que os preços vão subir para compensar os custos crescentes da memória. Montar um PC por peças começa a deixar de fazer sentido para muita gente, simplesmente porque cada componente vem com um prémio adicional.
Windows 10 chega ao fim e força uma renovação em massa
Como se isto não bastasse, 2026 coincide com o fim do suporte prolongado ao Windows 10. Milhões de utilizadores vão ser empurrados para trocar de computador, quer por necessidade real, quer por pressão de segurança e compatibilidade.
Este ciclo de renovação acontece exatamente no pior momento possível. Mais procura, menos oferta e custos mais altos na base da cadeia de produção. O resultado é fácil de prever.
Segundo a IDC, os grandes fabricantes já estão a preparar aumentos de preços entre 15% e 20%, com renegociação de contratos e condições mais apertadas para parceiros e clientes empresariais.
Os PCs montados em casa vão perder terreno
Há outro efeito colateral que pode passar despercebido. Os grandes OEM, como Lenovo, Dell, HP, Acer ou ASUS, devem ganhar quota de mercado. Não por serem mais baratos, mas porque conseguem diluir custos e vender sistemas completos com uma sensação de melhor valor face ao caos do mercado de componentes.
Já quem gosta de montar PCs à medida vai sentir o impacto de forma mais direta. Comprar RAM, GPU, motherboard e SSD em separado pode sair bastante mais caro do que optar por um sistema pré-construído, algo impensável há poucos anos.
A bolha dos “AI PCs” também vai abrandar
Curiosamente, a febre dos PCs com IA integrada também pode perder força. Muitas dessas funcionalidades exigem mais memória, 16 GB ou mais, algo que se torna difícil de sustentar quando a RAM está curta e cara.
Aliás, a própria indústria já admite que portáteis de gama média podem voltar a assumir os 8 GB como padrão, o que é apenas e só… Feio.
2026 pode ser pior do que a era da pandemia e mining.
Em suma, tudo somado, há quem já compare o que aí vem aos piores momentos da pandemia ou da febre das criptomoedas. Falta de stock, preços inflacionados e escolhas cada vez mais limitadas para o consumidor comum.
Por isso, se precisas de comprar, talvez seja boa ideia começar a meter coisas no carrinho de compras… Agora.

