A ciência acaba de revelar um comportamento chocante no mundo das formigas: as formigas jovens, quando estão mortalmente doentes, emitem um cheiro específico que serve de sinal para as operárias as matarem e desinfetarem a colónia. É o derradeiro ato de autossacrifício. Isto é mais do que instinto nas Formigas Bebés. É uma ordem química para a destruição, no nome da sobrevivência do “superorganismo”.
Formigas Bebés: cheiro de “Mata-me Agora”
As formigas vivem em ninhos que são o “local perfeito para um surto de doença”, já que milhares rastejam umas sobre as outras. Se as formigas operárias adultas adoecem, praticam o “distanciamento social”, abandonando o ninho para morrer sozinhas.
Mas as pupas (as formigas jovens, presas nos casulos) não conseguem.
Um estudo liderado pela Áustria revela que, quando estas formigas bebés estão em fase terminal, sofrem uma alteração química que liberta um cheiro único.

O resultado é brutal:
As operárias adultas rodeiam as pupas, removem o casulo, “fazem buracos nas pupas e injetam veneno”, explica Erika Dawson, líder do estudo.
O veneno funciona como um desinfetante total, matando não só o agente patogénico que ameaça a colónia, mas também o jovem hospedeiro.
Prova Científica: O Sinal é Deliberado!
A grande questão para os cientistas era: a pupa está ativamente a pedir para morrer?
A resposta é afirmativa.
A equipa extraiu o cheiro de pupas doentes e aplicou-o a bebés saudáveis… e as operárias destruíram-nas na mesma! Depois, provaram que as pupas só produzem o cheiro quando as operárias estão perto, confirmando que é um sinal deliberado para a destruição.
“Embora seja um sacrifício, um ato altruísta, também é do interesse delas, porque significa que os seus genes vão sobreviver e ser transmitidos à próxima geração”, explica Dawson.
A Rainha “Engana” o Sistema?
No entanto, há um membro da colmeia que não participa neste terrorífico ritual de sacrifício: a pupa rainha.
Os investigadores descobriram que as futuras rainhas infetadas dentro dos seus casulos não enviam o sinal de cheiro de aviso.
Estariam a “enganar o sistema”?
A equipa descobriu que a razão é ainda mais fascinante: as pupas rainhas têm sistemas imunitários muito melhores do que as operárias, e por isso conseguem combater a infeção sozinhas. Não precisam de pedir a morte.
A natureza, mesmo no seu autossacrifício, tem regras de elite para a sobrevivência da realeza.
