É oficial: a ciência descobriu uma nova e perigosa doença transmitida por carraças nos EUA que já está a ser fatal para os nossos amigos de quatro patas. Pior? Os especialistas temem que ela seja a próxima grande ameaça para a saúde humana. Dezenas de cães infetados. Animais mortos. E um perigo real que a bactéria Rickettsia finnyi passe para ti. Mas o que faz este vírus de carraça?
Vírus de carraça: a Tragédia dos Cães e o Pânico da Ciência
Não é ficção científica, é a mais recente realidade viral (e bacteriana). Vários cães nos Estados Unidos morreram após serem atingidos por uma infeção que os cientistas acabam de batizar: a Rickettsia finnyi.
Esta bactéria pertence ao mesmo grupo temido que causa a “febre das montanhas rochosas” – e é isso que está a deixar os especialistas em pânico.

“Este género deve-se considerar sempre potencialmente patogénico” aos humanos, alertam os peritos.
A razão é simples e assustadora: a maioria dos ‘primos’ desta bactéria consegue infetar a nossa espécie. Um salto entre espécies é um cenário demasiado provável para ser ignorado.
Rickettsia finnyi: Batizada em Honra de uma Vítima
Os investigadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte conseguiram isolar a infeção no sangue de um cão doente (chamado Finny) que apresentava sintomas idênticos aos da mortal Febre Maculosa das Montanhas Rochosas (RMSF).
O veredito, após sequenciação do genoma, foi chocante: era uma espécie nova. Foi batizada de Rickettsia finnyi, em homenagem ao cão que a revelou ao mundo.
Desde a sua primeira deteção em 2020, a veterinária Barbara Qurollo e a sua equipa já receberam amostras de 17 cães infetados, vindos principalmente do sudeste e centro-oeste dos EUA.
Os sintomas são graves: febre alta, fadiga extrema e problemas de coagulação no sangue.
Apesar de a maioria ter recuperado após tratamento urgente com antibióticos, houve mortes. Um cão morreu antes do diagnóstico, outro foi eutanasiado, e um terceiro sofreu uma recaída fatal.

O Reservatório do Perigo São os Nossos Animais
Historicamente, nós e os nossos cães somos apenas “portadores ocasionais” destas bactérias, mas com a nossa crescente proximidade às carraças, tornamo-nos “hóspedes oportunistas”.
O que realmente preocupa a comunidade científica é a surpreendente capacidade de sobrevivência da R. finnyi. Em laboratório, a bactéria cresceu em células imunitárias caninas por mais de 104 dias.
Isto significa que os nossos cães podem estar a funcionar como um reservatório (um “armazém”) para a infeção!
O Suspeito Principal: Embora o vetor não esteja confirmado, os cientistas suspeitam fortemente da Carraça Estrela Solitária (lone star tick), pois a área onde vive coincide com a origem dos cães infetados.
Entretanto o alerta é claro: é fundamental identificar rapidamente quais carraças estão a transmitir este novo e perigoso agente patogénico. A tua vigilância e a do teu veterinário podem ser a chave para evitar um impacto na saúde pública.
