A VW tem um novo motor diesel, promete imenso, mas por enquanto vai apenas dar vida a alguns Audi.
A era do diesel está em declínio na Europa. Curiosamente, muito por culpa da VW. Afinal de contas, antes do Dieselgate, mais de metade dos carros vendidos eram a gasóleo. Hoje, representam apenas 8 por cento.
Tudo mudou, e como tal, o gasóleo está atrás dos híbridos, atrás da gasolina e, pela primeira vez na história, até atrás dos híbridos plug-in. Mesmo assim, aVW, por enquanto por uma nova aposta na Audi, ainda não está pronta para desligar a ficha ao TDI.
O último suspiro do diesel? Agora com tecnologia elétrica à mistura!

A marca alemã leva o diesel no ADN. Não é por acaso que já ganhou oito vezes Le Mans com motores TDI, já meteu um V12 diesel num R8 (nunca chegou à produção, mas contou a intenção) e continua a apostar onde quase todos desistiram.
Agora, a aposta renova-se com um V6 3.0 TDI mild-hybrid com um truque especial! Um compressor elétrico montado no circuito de admissão, a trabalhar em conjunto com o turbo tradicional.
Na prática, quando o condutor carrega fundo no acelerador e o turbo ainda não tem energia suficiente, entra em ação o compressor elétrico. O ar é comprimido antes de chegar ao turbo e depois comprimido outra vez antes de entrar no motor. Resultado? Mais binário, que vem mais cedo e… resposta imediata.
A Audi diz mesmo que este V6 reage quase como um carro elétrico.
Potência, números e desempenho
O novo 3.0 TDI debita 295 cv às 3620 rpm e 580 Nm logo às 1500 rpm. Face ao anterior V6, o turbo atinge a pressão máxima quase um segundo mais cedo e a roda do compressor elétrico chega às 90.000 rpm em 250 milissegundos.
Em estrada, isto traduz-se em carros bem rápidos! 0-100 km/h em 5.2 segundos
Mais eficiente, mais fiável e até funciona com óleo de cozinha
Apesar de ser vendido como “novo”, estamos a falar da evolução de um velho conhecido: o motor EA897, apresentado pelo Grupo Volkswagen em 2010 e envolvido no famoso escândalo Dieselgate.
A Audi garante que a fiabilidade foi melhorada e que a eficiência subiu. Mas o mais curioso é isto… O motor aceita HVO100, um diesel renovável feito a partir de óleos alimentares usados e resíduos agrícolas. Com este combustível, as emissões podem cair até 95 por cento, diz a marca.
Aliás, os carros produzidos em Neckarsulm e Ingolstadt já são abastecidos com HVO.
E onde vamos ver este motor?
Por agora, estreia nos A6 e Q5. O A7 provavelmente já não terá nova geração e o futuro do A8 está tremido, mas o novo V6 deverá chegar ao Q7 e ao misterioso Q9, previstos para o próximo ano.
No meio disto tudo, a pergunta inevitável
Se o diesel está a morrer, faz sentido investir num V6 com tanta engenharia?
