A pergunta está a circular por Portugal, e é algo que faz sentido… Afinal de contas, se há tanto imposto a ir buscar aos carros ao longo do seu ciclo de vida, como ficam as coisas com o salto para os elétricos?
Pois bem, este tema ganhou força no Reino Unido, que por sua vez já confirmou que vai vançar com uma taxa por cada quilómetro percorrido. Sim… Há sempre forma de ir buscar impostos à população.
A questão é, quando um grande mercado muda as regras, a Europa olha sempre duas vezes.
Reino Unido abriu a porta. Taxa por milha já é uma realidade!

A partir de abril de 2028, um condutor britânico de carro elétrico vai pagar 3 pence por milha. Isto significa cerca de 0,034 euros por cada 1.6 km percorridos. Os híbridos plug-in também não se safam, porque pagam metade.
Esta é uma das maiores mudanças fiscais da era elétrica. Porquê? Porque serve para recuperar as receitas que o Estado perdeu por causa da queda no consumo de combustíveis fósseis. Traduzido, à medida que há menos gasolina e gasóleo vendidos, há menos imposto para gastar em estradas, manutenção e tudo o resto.
Sim, é verdade que os carregamentos também trazem (muito) imposto. Mas, a forma correta de ter um carro elétrico, é carregar em casa ou na empresa. Aí, os impostos são os normais da conta da eletricidade.
E, claro, a contestação já começou.
A Ford diz que a medida desincentiva a eletrificação. A SMMT avisa que os consumidores vão adiar compras. A REA acha que foi tudo demasiado rápido. E empresas de carregamento público alertam que quem vive fora das grandes cidades vai sofrer mais.
E a Europa? Vai copiar o modelo?
Tudo indica que sim. Até porque vários países já estudam isto há anos.
Alemanha, Holanda, França e Espanha já discutiram modelos semelhantes. A Holanda até já confirmou que, em 2030, passa a taxar todos os veículos ligeiros por quilómetro, independentemente do motor.
A UE enfrenta exatamente o mesmo problema que o Reino Unido: perder receitas à medida que a frota se eletrifica. Demasiado dinheiro depende ainda da gasolina e do gasóleo.
E Portugal? Está preparado?
Em suma, na realidade sim. Pelo menos do ponto de vista técnico, sim. A inspeção obrigatória já recolhe dados suficientes para integrar facilmente um modelo semelhante ao britânico.
Mas politicamente, isto vai doer.
Portugal ainda está numa fase em que precisa de incentivar o elétrico. Os preços continuam altíssimos. A rede de carregamento ainda tem falhas. Por isso, a maioria dos consumidores ainda hesita na mudança.
Assim, de repente houver um imposto por quilómetro, muitos vão sentir que trocaram um custo por outro. Deixa de fazer sentido.
