A Polestar é uma marca estranha, que quer de facto ser diferente, mas que sofreu por ficar demasiado tempo “presa” a um Polestar 2. Por sua vez, o Polestar 3, que é um automóvel muito mais Premium, é também um produto que tenta ser diferente, num mercado cada vez mais inundado por “mais do mesmo”.
No fundo é tudo estranho, e anda tudo no meio-termo. A Polestar só fabrica carros elétricos, mas nasceu como braço desportivo da Volvo e hoje vive integrada no grupo chinês Geely. É premium, mas quer ser alternativo.
Ah, e este Polestar 3 é um SUV, mas quer ser desportivo.
Passei uma semana com ele, e a conclusão é simples. O Polestar 3 é um elétrico muito competente, e que de facto se sente diferente em várias coisas importantes. Porém, também aparece com decisões que podem irritar tanto quanto impressionar.
Um SUV elétrico que dá nas vistas!
Esta é inegável. O aspeto!

O Polestar 3 parece mais um míssil do que um SUV tradicional. É mais baixo e mais largo do que um Tesla Model Y, com linhas limpas, um ar agressivo e um design claramente inspirado naquilo que a Volvo tem para oferecer.
Mas, há uma coisa muito estranha. Especialmente para uma marca que ainda é muito recente e por isso desconhecida. O carro quase não tem nome visível. Quem comprar um vai passar a vida a responder “é um Polestar”.
A autonomia é muito decente!
No papel, a autonomia é extremamente competitiva! Entre 536 a 563 kms para a versão de tração traseira (dependendo das jantes) e entre 449 a 507 kms para as versões AWD.

Na prática, o teste revelou números mais curtos. Mas isto é normal, porque o meu pé é muito mais pesado face ao que é suposto, e é feito nos testes. Com a bateria a 100%, o carro marcava 510 quilómetros, depois de fazer alguma autoestrada, rapidamente começou a marcar 420 quilómetros com a bateria cheia.
Acredito que num teste mais prolongado, chegaria facilmente aos 460 ou 470 quilómetros. O que seria também facilmente replicado por um consumidor menos exigente (leia-se… com o pé mais leve).

Ainda assim, continua a ser um valor muito sólido. Ah, e o carregamento rápido cumpre: 10 a 80% em 30 minutos num posto DC. Em casa, uma noite chega para carregar a totalidade.
Potência a sério e comportamento acima da média
A versão de tração traseira entrega 299 cavalos e 361 Nm. É suave e silenciosa, suficiente para condução diária, mas longe de ser emocionante. Já as versões AWD disparam para 489 cavalos e até 517 com o Performance Pack. O 0-100 km/h pode descer para 4.5 segundos.
Mas o que realmente impressiona é o chassis.
O carro é super suave, e responde muito bem. A suspensão absorve tudo, mas mantém o carro firme e estável. Não se abana, não se perde, e até aceita uma condução mais entusiasmada com naturalidade. Não tenho qualquer ponto negativo, a não ser a parte em que se sente que é um carro grande e pesado, mas isso faz sentido.
Interior ecológico, premium… e às vezes irritante!

A Polestar aposta forte na sustentabilidade. Materiais reciclados, tecido “animal welfare wool”, acabamentos sólidos e um ambiente clean que grita Volvo. Os bancos são excecionais! Firmes, ergonómicos e com apoio de primeira.
O problema? As decisões estranhas. Botões físicos mínimos. Controles escondidos. Funções reinventadas sem necessidade. Até a pega das portas é estranha, porque é algo que nunca vi num outro carro.
Mas, tudo isto é habituação. Não é de todo o fim do mundo.
Espaço interior bom. Bagageira… Também!
Os bancos traseiros têm muito espaço para as pernas. A posição de condução é mais baixa do que num SUV típico, mas confortável.
Há muito espaço, tanto na bagageira, como também no frunk.
Preço premium com concorrência feroz
O Polestar 3 é um carro caro em Portugal, ao começar acima dos 80 mil euros. Ainda assim, consegue ser mais barato que outras propostas Premium, especialmente das marcas alemãs.
Concorrentes diretos
- Audi Q6 e-tron: mais prático e mais simples de usar
- BMW iX: o mais dinâmico e mais premium
- Tesla Model Y: autonomia, velocidade e espaço a preço competitivo
E claro, há o Polestar 4, que é também um automóvel muito interessante para quem quer algo diferente.
Conclusão
O Polestar 3 é um SUV elétrico muito competente, confortável e distinto. A condução é excelente, os materiais são sólidos e a autonomia está entre as melhores do segmento. Mas depois tem escolhas esquisitas.
É um carro para quem quer ser diferente, para quem gosta do design minimalista da marca e para quem valoriza condução acima de tudo. Se te apaixonares pelo estilo e pelo comportamento em estrada, aguenta-se muito bem frente aos rivais.
