A Motorola já foi uma das marcas mais influentes do planeta. De facto, foi uma líder de mercado em Portugal, ao trazer aparelhos como o DynaTAC ou o RAZR para cima da mesa. Uma marca que fazia tudo, sabia tudo, e por isso esteve sempre associada à inovação.
Depois perdeu-se, um pouco à imagem da Nokia, e quase desapareceu do mapa.
Porém, ao contrário da Nokia, existiu um comeback a sério, que ainda está a decorrer, e que tem um potencial tremendo para mexer com o mercado. Aliás, Portugal é um dos mercados onde isso já se nota.
A Motorola que fez história

Caso não saibas, a marca começou em 1928, cresceu com rádios para carros, ganhou impacto com comunicações militares e explodiu globalmente com o DynaTAC 8000X.
Depois de tudo isto, quem viveu os anos 2000 lembra-se bem do RAZR V3. Era elegante, fino e transformou-se num símbolo. No fundo, a Motorola dominava porque sabia arriscar.
Mas a queda foi um valente trambolhão…
A queda que apanhou muita gente de surpresa
A chegada dos smartphones modernos mudou tudo para várias marcas.

A Apple redefiniu expectativas.com o iPhone, a Samsung acelerou como poucas com a sua gama Galaxy, e por fim, tivemos os chineses começaram a aparecer com muita força, algo que ainda se nota no atual mercado sempre tão estagnado.
Entretanto, a Motorola ficou para trás, presa a ideias que já não faziam sentido. Não acompanhou o salto para os ecossistemas, para os ecrãs táteis e para as apps. O resultado foi uma erosão lenta da marca e uma perda quase total da relevância no segmento premium.
Isto resultou em uma venda da Motorola Mobility à Google em 2012, e depois de 2 anos extremamente estranhos em que a gigante da pesquisa não sobe o que fazer, acabou nas mãos da Lenovo. Sendo aqui que tudo começou a mudar.
O renascer da marca com a Lenovo
Sob a gestão da Lenovo, a Motorola voltou ao essencial.

Ou seja, voltou a apostar na relação qualidade e preço com a linha Moto G. Voltou a experimentar ideias diferentes com os Moto Z. E, aos poucos, começou a subir na gama alta com algo que há muito lhe faltava, que era a identidade.
E é aqui que Portugal volta a entrar na história.
O regresso em força ao mercado português
Nos últimos meses, a Motorola regressou a Portugal com ambição real. A marca volta a apostar em marketing tradicional, em parcerias e em presença nas lojas. Mas o mais importante continua a ser o produto.
Se calhar nem fazias ideias, mas, neste momento, a Motorola tem uma das ofertas mais interessantes do mercado.

O Edge 60 Pro é um excelente exemplo. É rápido, elegante, com boas câmaras, carregamento exemplar e uma experiência geral que não fica a dever nada aos topos de gama. Depois há ainda o Edge 70, que se posiciona como uma alternativa direta ao Edge da Samsung e ao Air da Apple, mas com preço mais amigável e um equilíbrio difícil de encontrar no segmento.
E claro, os Razr. Se há dobráveis com personalidade a sério, são estes. A Motorola conseguiu lançar smartphones com o design certo, especificações de topo, ecrãs excelentes e, acima de tudo, preços bem mais simpáticos do que o que se vê no mercado.
Não são apenas dobráveis baratos. São dobráveis que realmente gostavas de ter.
E agora? Vale a pena apostar na Motorola?
A coisa é estranha, porque apesar de toda a história, a Motorola aparece no mercado como uma marca… Pequena.
Óbvio que tem o peso da Lenovo a ajudar, mas há muito trabalho a ser feito, e apesar de alguma timidez, o resultado desse trabalho já se começa a notar no nosso mercado. Por isso sim, vale a pena. Até porque já não estamos a falar da Motorola perdida dos anos 2010. Estamos a falar de uma marca que amadureceu, acertou nos produtos e voltou ao radar de quem quer algo diferente do costume.
O mercado português tem espaço para uma terceira ou quarta força no mundo Android e a Motorola parece querer ocupar esse lugar. Tem gama média forte, bem como uma gama alta a crescer. Tem dobráveis que fazem mossa à concorrência. E, acima de tudo, está finalmente a comunicar a sua presença.
