Eclipse total em Portugal pode ser o mais perigoso para os teus olhos

Portugal vai parar para olhar para o céu. Neste eclipse em Portugal a Lua vai tapar quase todo o Sol em grande parte do país e, numa pequena faixa em Trás-os-Montes, o eclipse será mesmo total durante alguns segundos. Vai ser o evento astronómico da década por cá perfeito para fotos, vídeos e muito “conteúdo” nas redes. Mas é também o dia em que mais pessoas vão ficar tentadas a olhar diretamente para o Sol… sem perceber que podem estar a queimar a vista para sempre.

O que vai acontecer nesse dia

Marca já no calendário: 12 de agosto de 2026, fim de tarde, verão em pleno, e o céu começa a estranhar.

Os melhores sítios em Portugal para ver o eclipse que vai parar o mundo

Em quase todo o país, o Sol vai ficar mais de 90% tapado.

No Norte, especialmente na zona de Trás-os-Montes, o “apagão” é ainda mais dramático.

Há uma faixa minúscula junto à fronteira onde o eclipse vai ser totalmente total: durante alguns segundos, o dia transforma-se em noite.

Como é ao fim da tarde, vais notar o ambiente a ficar surreal: luz estranha, sombras esquisitas, temperatura a cair ligeiramente e aquele silêncio esquisito em que toda a gente pára o que está a fazer para olhar para o céu.

E é aqui que começa o problema.

Porque este eclipse é mais perigoso do que parece

Quando o Sol está quase todo tapado e baixo no horizonte, parece “inofensivo”. Não incomoda tanto a vista, não encadeia tanto, quase dá vontade de olhar “só um bocadinho”.

Só que, do ponto de vista da retina, isso é uma armadilha perfeita:

  • Mesmo “mordido” pela Lua, o Sol continua a mandar radiação ultravioleta e infravermelha suficiente para queimar a retina.
  • Não dói, não ficas logo cego, não notas na hora.

O risco chama-se retinopatia solar: no dia seguinte podes acordar com manchas no campo de visão que podem ser permanentes.

E em 2026 há mais ingredientes na mistura:

Milhares de pessoas a olhar ao mesmo tempo: escolas, famílias, grupos em praias e miradouros.

Miúdos curiosos que vão querer “espreitar” o Sol sem proteção, vezes sem conta.

Condutores distraídos, a filmar da autoestrada, a parar em bermas e rotundas para “apanhar o momento”.

Um eclipse é lindo. Mas é um péssimo dia para olhar para o Sol sem pensar.

O que NÃO deves fazer (nem “por graça”)

No dia do eclipse, risca já estas ideias da cabeça:

  • Usar óculos de sol normais, mesmo muito escuros.
  • Olhar através de radiografias, CDs, vidros fumados ou filtros de soldadura baratos.
  • Mirar o Sol pelo telemóvel ou câmera sem filtros próprios (estragas o sensor e arriscas a vista na mesma).
  • Apontar binóculos ou telescópios sem filtros certificados.

Regra de bolso: se não foi feito de propósito para observação solar, não serve. Ponto.

dores nos olhos eclipse

Como ver o eclipse em segurança (e ainda assim aproveitar)

Se queres viver o momento em condições, há forma de o fazer sem arriscar a vista.

1. Óculos próprios para eclipse. Sim, aqueles de cartão com lentes escuríssimas:

Têm filtros específicos para cortar a radiação perigosa.

Devem ter certificação própria (como ISO para observação solar).

Usam-se sempre que fores olhar diretamente para o Sol, antes, durante e depois do máximo do eclipse.

Se estiverem riscados, danificados ou com zonas “transparentes”, lixo com eles.

2. Observação indireta (zero risco)

Entretanto se não queres olhar para o Sol, podes ver o eclipse de forma indireta:

Fazer um projetor de furo (um cartão com um buraquinho a projetar a imagem num papel).

Ver as sombras das árvores: os espaços entre as folhas transformam-se em mini-Sóis “mordidos” no chão.

Ir a uma sessão organizada por astrónomos ou universidades, onde há telescópios com filtros e gente que sabe o que está a fazer.

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A ferver

Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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