Trata-se de mais um drama moderno: carregar o telemóvel. Fazemos isto quase todos os dias, às vezes várias vezes ao dia, mas continuamos a tratar a bateria como se fosse indestrutível. Não é. E há pequenos erros que, sem darmos por isso, estão a encurtar-lhe a vida. Se costumas ligar o teu carregador à noite “porque sim”, ou deixas sempre o telefone morrer até ao 1%, este artigo é para ti.
O mito de “deixar ir até 0%”
Ainda há muita gente convencida de que o ideal é deixar o telemóvel quase a morrer para “fazer uma carga completa como deve ser”. Isso fazia algum sentido em baterias antigas, mas nas de iões de lítio é precisamente o contrário.
Estas baterias preferem carregamentos mais curtos e frequentes. A zona “feliz” da bateria anda, regra geral, entre os 20% e os 80%. Deixá-la constantemente a cair para 5% ou 1% é pedir para ela se degradar mais depressa. Não tem “memória” para treinar, tem é limites químicos que agradecem que não a maltrates todos os dias.
O fascínio do carregador barato (e o risco que traz)
Quem nunca comprou um carregador “igual ao original” por 5 euros que atire o primeiro cabo USB. O problema é que muitos desses carregadores e cabos genéricos não têm proteções decentes contra picos de tensão, nem um controlo de voltagem minimamente fiável.
Resultado?
Mais calor, mais desgaste da bateria, risco de danificar a porta de carregamento e, no pior cenário, avarias sérias ou até perigo de incêndio. Pode não acontecer hoje, nem amanhã, mas estás a brincar com algo que está ligado à corrente… em cima da mesa de cabeceira.
Sempre que possível, usa o carregador original ou de marcas conhecidas. Pode ser um bocadinho mais caro, mas é bem mais barato do que um telemóvel novo.
Carregar o telemóvel no sítio errado
Temperatura e bateria não combinam nada bem. E aqui falamos tanto de calor extremo como de frio exagerado.
Carregar o telemóvel debaixo da almofada, ao sol no tablier do carro, em cima do router a fazer sauna, encostado a um aquecedor, é receita garantida para aquecer mais do que devia. O calor acelera a degradação interna da bateria e, com o tempo, ela começa a perder capacidade. O frio extremo também não ajuda nada: a bateria “sofre” e pode ficar instável.
O ideal é carregar o telemóvel numa superfície firme, ao ar livre, longe de fontes de calor ou sol direto. Não é bonito para fotos, mas a bateria agradece.
Jogar e fazer videochamadas enquanto carrega
Outro clássico: ligar o carregador e aproveitar para uma sessão de jogo pesada, ver vídeos em 4K ou fazer uma videochamada de duas horas. Parece multitasking eficiente, mas para a bateria é tortura.
Quando usas o telemóvel para tarefas intensas enquanto está a carregar, estás a fazer duas coisas ao mesmo tempo ele recebe energia (o que gera calor), consome muita energia (o que gera ainda mais calor).
Esse aquecimento constante é péssimo a longo prazo. De vez em quando não há crise, mas se for hábito diário, a saúde da bateria vai ressentir-se mais depressa.
Ignorar a porta de carregamento
Acontece mais do que imaginas: o telemóvel começa a “falhar” na carga, o cabo não encaixa bem, tens de abanar um bocadinho até aparecer o raiozinho de carregamento. Muitas vezes o problema não é o cabo, nem o carregador, é sujidade.
O porto de carregamento acumula pó, fiapos do bolso, migalhas da carteira e afins. Essa sujidade impede o contacto perfeito entre o cabo e o telefone, causando falhas na carga e, em casos extremos, até curtos.
Uma limpeza cuidadosa, com o telemóvel desligado e usando algo não metálico (como um palito de madeira ou ar comprimido), pode recuperar uma porta que parecia “avariada”.
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