Há um envelope que entra em casa de milhares de portugueses todos os anos e que, muitas vezes, vai direto para o lixo ou para a pilha do “logo vejo”. É a famosa carta PIN do Cartão de Cidadão. E é precisamente esse descuido que depois se paga caro: filas, marcações esgotadas, urgências inventadas, stress e tempo perdido. A carta PIN não traz só aqueles códigos que ninguém gosta de decorar. Nos casos em que és elegível para renovação automática, vem dentro do envelope do Cartão de Cidadão uma referência Multibanco válida por 60 dias. Se pagares essa referência dentro do prazo, o Estado trata de tudo: renovação iniciada automaticamente, sem marcação, com a mesma foto e dados biográficos, e envio do novo cartão para casa por correio registado.
Tradução: esse envelope discreto pode valer-te horas de vida poupadas em filas de balcão.
Quem é que costuma ter direito a isto?
Em regra, maiores de 25 anos cujo cartão está a caducar e que não precisam de alterar foto, impressões digitais ou dados de identificação. Cerca de 60 dias antes do fim da validade, os serviços enviam a carta PIN com os códigos e a referência bancária. Se tiveres o telemóvel associado ao CC, ainda recebes um SMS a avisar.
E aqui entram os dois erros clássicos com o envelope do Cartão de Cidadão:
Deve ser publicidade / mais burocracia
Muitos olham para o envelope, não o reconhecem e metem de lado. Quando finalmente abrem, já passaram os 60 dias de validade da referência. Resultado: lá vais tu marcar renovação online ou ligar para a linha da Justiça à procura de vaga.
“Não confio nesta referência, pode ser phishing”
Em tempos de burlas por carta e e-mail, é uma dúvida legítima. Por isso mesmo, o próprio portal Justiça tem um serviço oficial para confirmar a referência bancária da carta PIN: introduces os dados e verificas se bate certo com o sistema. Se estiver ok, podes pagar descansado via Multibanco ou homebanking.
Entretanto ovalor também costuma passar despercebido: 16,20 € pela renovação automática com entrega em casa. Não é propriamente uma pechincha, mas, se contares combustível, estacionamento, tempo perdido e a lotaria de arranjar marcação, muitas vezes sai mais barato do que o “faço isto um dia destes”.
Moral da história: da próxima vez que te aparecer um envelope oficial com ar aborrecido, não o atires para a pilha de papelada sem olhar. Pode ser exatamente o contrário da burocracia pode ser o Estado a dizer-te “não te preocupes, nós tratamos disto, é só pagares”.
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