A Microsoft não está a brincar quando diz que o futuro do Windows passa por ser um sistema operativo “agente”, ou seja, cheio de bots de IA a tomar decisões e a executar tarefas em teu nome.
Ou seja, aquilo que parecia um conceito futurista apresentado há uns dias afinal vai mesmo entrar no Windows 11, e mais depressa do que muitos esperavam.
O problema?
Há quem ainda esteja preso à ideia mais básica, e talvez a que faz mais sentido. Ou seja, antes de meter IA a decidir por nós, talvez fosse boa ideia arrumar o caos de bugs que o Windows já tem.
Mas isso não parece estar nos planos.
O que é isto de um “agentic OS”?
A noção vem de Pavan Davuluri, presidente do Windows. A ideia é simples de explicar e assustadora de imaginar:
- O Windows terá agentes de IA a trabalhar autonomamente em pastas, ficheiros e tarefas, sem depender da tua interação constante.
Ou seja, vai fazer coisas sem que tu tenhas de mexer um dedo.
No fundo, é o passo seguinte depois de meterem chatbots por todo o lado. Agora querem bots com autonomia. É quase como se fosse a tua própria empresa, e os agentes são os teus empregados. São autónomos, e por isso são capazes de decidir o que têm de fazer sem que tenhas de estar sempre a dar indicações.
Agent Workspace. O Windows vai ganhar “contas secretas” para bots
A primeira peça desta revolução chama-se Agent Workspace. É um espaço separado dentro do Windows onde um agente de IA pode funcionar sozinho.
Cada agente terá uma conta própria, separada da tua.
Assim, tu continuas no PC como sempre, mas ao lado corre um “utilizador IA” que mexe em ficheiros, organiza coisas, automatiza tarefas e faz o que o programador mandar.
A Microsoft garante:
- fronteiras claras entre contas humanas e contas IA
- consumo mínimo de CPU e memória
- isolamento comparável ao Windows Sandbox
- controlo total por parte do utilizador
A teoria é bonita. Mas não deixa de ser estranho abrir o PC e saber que há uma “conta fantasma” a trabalhar nos teus ficheiros.
A IA terá acesso a pastas reais do utilizador
Os agentes poderão trabalhar em pastas como:
- Documentos
- Desktop
- Downloads
- Fotos
- Vídeos
- Música
Também poderão aceder a perfis públicos se lhes deres autorização.
É aqui que muita gente torce o nariz: um bot autónomo a mexer em pastas reais do sistema? Mesmo com isolamento… não parece propriamente reconfortante.
Segurança é “prioridade”. Mas isto é o Windows, lembremo-nos disso
A Microsoft assegura que:
- há princípios de segurança robustos
- agentes são isolados como qualquer aplicação
- podem ser auditados e atacados por software de segurança
- precisam de autorização humana para ações críticas
Tudo certo, mas estamos a falar de um sistema operativo que ainda tropeça em atualizações simples e onde funcionalidades como o Recall já levantaram escândalos de privacidade.
Agora imagina isto multiplicado por bots autónomos com acesso a ficheiros.
Quando chega isto ao Windows?
Mais rápido do que pensas. Estas funcionalidades vão entrar numa pré-visualização privada para developers no Windows Insider.
Este não é um futuro hipotético. A Microsoft quer pôr isto a funcionar no Windows 11 o quanto antes.
É a era dos agentes. E eles vêm aí, quer gostes quer não.
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