O dia-a-dia com a Xbox Ally X: Excelente ideia! Fraca execução

Voltamos à Xbox ROG Ally X, um PC portátil que aparece no mercado a fazer cosplay de consola. Uma ideia que parece genial, e que nem é a primeira versão que a ASUS mete no mercado, visto que já tivemos a oportunidade de experimentar a ROG Ally, bem como a ROG Ally X.

Dito isto, se estás a perguntar porquê tantas voltas ao mesmo tema, a resposta é simples: sou teimoso. Sou mesmo muito teimoso. 

Vamos por partes.

O dia-a-dia com a Xbox Ally X: Excelente ideia! Fraca execução

Aqui vale a pena dar algum contexto, porque sempre adorei tudo o que fosse portátil no mundo dos jogos.

Tive todos os GameBoy que se pode imaginar, e em miúdo, preferia a minha PSP a estar sentado ao PC ou à frente de uma consola de sala. Como é óbvio, não estou sozinho nisto. Há muitos como eu, sendo exatamente por isso que existe a Steam Deck, a ROG Ally, a Lenovo Legion, a MSI Claw, e claro, muitas outras consolas portáteis. Isto nunca esquecendo que a Microsoft e Sony também andam super interessadas no formato.

Aliás, existe todo um mundo de consolas portáteis Android focadas na emulação, exatamente por isto. Os jogadores gostam de consolas portáteis!

Ou seja, há muito boa gente que quer apenas deitar-se no sofá ou na cama e começar a jogar sem pensar em drivers, updates ou configurações manhosas. Essa simplicidade é algo que boa parte da indústria esqueceu, e é também por isso que fica a ideia de que a consola como conceito está a perder a sua identidade.

Por isso quando tive a oportunidade de experimentar a Xbox Ally X, o hype era real!

A ASUS prometia potência e eficiência com o Z2 Extreme, ergonomia de primeira e uma experiência mais “consola” graças à Xbox e ao tal Windows simplificado. A ideia era boa, e por isso mesmo, os jogadores ficaram com alguma expetativa.

O problema é que Windows simplificado continua a ser… Windows. Ou seja, podes pintar as paredes, mas a casa é a mesma.

Mesmo assim, meti na cabeça que ia usar a Xbox ROG Ally X como plataforma principal durante algumas semanas. Uma espécie de teste diário, sem desculpas. E sim, estava a torcer para mudar de opinião.

Mas… Não mudou muito.

A vida real ajuda. O hardware… nem tanto.

Quem anda entre Ribatejo e Lisboa como eu até consegue tirar bom partido de um aparelho destes. Posso jogar Cyberpunk 2077 em qualquer lado, sem depender de Cloud Saves ou streaming. Isso é uma liberdade brutal. Porém, é também um trambolho para andar no saco. Levar isto atrás não é exatamente prático.

A bateria? Surpreendentemente competente. A jogar a 25W, nunca me deixou ficar mal fora de casa. Sessões curtas de 30 minutos encaixam perfeitamente. Só não esperes mais de duas horas com jogos pesados, porque aí não há milagres.

Em casa, ligava à tomada e continuava a explorar Night City como se nada fosse.

Até aqui, tudo bem. Mas… Depois vem a parte chata.

O problema continua o mesmo: performance pelo preço errado

O meu maior bloqueio mantém-se desde a análise original. A relação preço/performance é fraca. E digo isto com pena, porque a qualidade está lá.

O hardware é bom, a ergonomia é excelente, e o design é sólido. O que estraga tudo é aquilo que o chip realmente entrega com o combo AMD + Windows.

De forma muito resumida, e até me custa dizer isto: não é aceitável que uma máquina de 900 euros não consiga passar consistentemente dos 50 FPS num jogo com cinco anos, em médio.

Até funciona a 30 FPS estáveis, mas se for para me contentar com isso, compro um Steam Deck OLED por menos dinheiro. Ou até uma Switch 2, se a Nintendo não estivesse com uma vontade absurda de sabotar a sua própria filosofia dentro do mundo dos jogos.

A Ally X tenta posicionar-se como um topo de gama portátil, mas tem performance de gama média. E isso pesa. Muito.

Então vale a pena? Podia. Mas não neste preço.

Depois destas semanas todas a usá-la como plataforma principal, a conclusão é simples: eu não compraria a Xbox Ally X ao preço que é pedido.

Na minha opinião, a 600 euros seria uma recomendação fácil. Por 900 euros não faz sentido. Aliás, com concorrência forte da Valve e da Lenovo, este posicionamento é ainda mais difícil de engolir.

A esperança? Que a Asus olhe para o que a Lenovo fez com a Legion Go e perceba que oferecer SteamOS como opção pode ser o passo que falta para transformar a Ally numa verdadeira consola portátil, e não num PC teimoso a fingir que é uma consola.

Até lá, a Xbox Ally X continua a ser aquilo que senti desde o primeiro dia: uma excelente ideia… embrulhada no sistema operativo errado.

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A ferver

Gonçalo Henriques
Gonçalo Henriques
Lembro-me de ser miúdo e passar os meus dias a jogar NES/PS1, acho que até aí já sabia que iria ser gamer para o resto da vida. Agora quero partilhar este meu interesse com todos os que estejam interessados em ouvir um geek a falar da sua paixão.

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