A DIGI fez 1 ano de mercado em Portugal depois de ter entrado como um autêntico furacão. Estamos a falar de preços baixos, marketing que começou lento mas já anda agressivo, e claro, uma promessa de mudar o jogo com muita ambição à mistura.
O objetivo inicial passa obviamente por conquistar o terceiro lugar do mercado, ou seja, entrar no “ninho” das três grande. Um ano depois, a realidade bateu forte, mas também temos de ser honestos… É esperado, e até natural em Portugal.
Aliás, o CEO do grupo, Serghei Bulgac, admite um “sentimento misto” sobre o mercado português. O que significa isto?
DIGI tem uma opinião interessante sobre Portugal
A DIGI cresceu, e não foi pouco. Afinal, a mais recente operadora em Portugal já soma 443 mil clientes móveis e 150 mil clientes fixos, números muito interessantes para 12 meses de operação comercial. Sim, alguns destes clientes já vieram da NOWO, que foi absorvida pela DIGI, mas também conseguiu conquistar terreno por mérito próprio.
Em termos de infraestrutura, a rede móvel conta com cerca de 4.500 antenas, a rede fixa já passa os 1.1 milhões de lares, e a marca serve perto de 800 mil clientes no total. Em Portugal, que foi sempre dominado pelas três grandes operadoras, é muito bom, especialmente porque existe planos para aumentar ainda mais em 2026 e 2027.
Mas… Portugal não é um mercado fácil.
Crescer rápido custa caro!
Como é óbvio, e seria sempre de esperar, a DIGI tem de investir muito dinheiro para ter resultados no nosso mercado. Os Portugueses gostam de pagar pouco, mas também são muito resistentes à mudança.
As rivais Portuguesas também responderam com próprias marcas Low-Cost (UZO, Woo e Amigo), e claro, tentaram passar a mensagem de que o serviço da DIGI não iria ser capaz de oferecer a qualidade que os clientes desejam.
Mais concretamente, a DIGI já investiu cerca de 120 milhões de euros só em 2025, e contabiliza 88 milhões em despesas operacionais para apenas 52.5 milhões em receitas.
Estamos a falar de cerca de 110 milhões de prejuízo operacional. O que pode parecer muito, mas faz parte. Afinal de contas, a DIGI montou a sua própria estrutura, e isso é muito importante. Além disso, é um investimento que está feito e já não se repete.
A infraestrutura base está lançada. A seguir vem o resto. Aqui temos de salientar que a DIGI prometeu investir mais de 500 milhões em Portugal. Por isso, ainda há muito a fazer.
Os resultados logo se vê. Em Portugal é difícil, e como tal, é preciso tempo, e claro, dinheiro. Há potencial, mas pouca facilidade.
Portugueses gostam, mas há que ter cuidado
A DIGI tem fãs, sobretudo pelo preço. Mas, se porventura a DIGI aumenta o preço em 1 ou 2 euros amanhã, todo o trabalho é posto de lado. O consumidor português não é fiel. Especialmente quando se fala de novas marcas.
A Digi não está confortável. Mas eu gosto disso.
Portugal recebeu a DIGI de braços abertos porque finalmente apareceu alguém a partir a tabela de preços. Mas, como qualquer empresa, a DIGI quer fazer dinheiro. Não quer apenas sobreviver.
Porém, aumentar preços é, por enquanto (e deverá ser assim durantes anos), impossível.
Dito isto, é óbvio que o caminho seria sempre complicado, e que a DIGI precisa de tempo no mercado para ganhar estatuto e maturidade. Quando isso acontecer, vem o próximo passo, que é a atualização de preços que eventualmente vai ter sempre de acontecer.
Mas, diria que está a correr bem.
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