Bateria do Smartphone: Não é preciso ter assim tanto cuidado!

Há anos que o tema da bateria dá vida a várias discussões dentro do mundo mobile, porque de facto, este é o componente que menos tem vindo a evoluir ao longo dos anos. Além disso, como a bateria tem de ser trocada por um técnico especializado, o normal é que o fim de vida da bateria também signifique o fim de vida do aparelho em causa.

No fundo, estamos a falar de várias questões como… Carregar à noite faz mal? E usar o telemóvel enquanto carrega? E carregamento sem fios, será pior?

Pois bem, uma equipa decidiu tirar todas as dúvidas e passou mais de 190 dias a testar 24 smartphones em diferentes condições.

O resultado? Muita gente anda preocupada sem motivo!

• Primeiro smartphone com refrigeração líquida? Temos!

Usar o telemóvel enquanto carrega não estraga a bateria

Para começar, foram testados dois grupos de smartphones:

• Um grupo que fazia o ciclo normal de carga entre 5% e 100%;
• Outro que fazia o mesmo, mas com um simulador de utilização ativa, como se o telemóvel estivesse a ser usado enquanto carregava.

Depois de 2000 horas de uso (cerca de 193 dias e 76 pepinos plantados no laboratório, sim, eles usaram plantas para marcar o tempo), o resultado foi:

• O grupo “normal” perdeu 9% de capacidade após 750 ciclos;
• Este mesmo grupo normal perdeu 3.8% da capacidade após 400 ciclos,
• O grupo “usar enquanto carrega” perdeu apenas 3.5% após 380 ciclos. Praticamente o mesmo que os telemóveis normais com 400 ciclos.

Ou seja, usar o telemóvel enquanto carrega não danifica mais a bateria. O que realmente a desgasta é o número total de ciclos de carga (quanto mais vezes carregas dos 0% aos 100%, mais rápido ela se degrada.)

E o calor?

Durante o teste, notou-se que os telemóveis atingiam 33°C quando carregavam parados, e 37°C quando eram usados ao mesmo tempo. Porém, essa diferença não é suficiente para causar danos.

Ainda assim, para confirmar, colocaram quatro telemóveis numa caixa quente (35°C) e outros quatro numa caixa fria (0°C).

Resultado?

• No calor, as baterias degradaram-se um pouco mais (9.6%), mas nada alarmante.
• No frio, três resistiram bem, mas uma teve uma queda brutal de 45%, o que mostrou que as temperaturas extremas são mais imprevisíveis.

Conclusão. Usa o telemóvel em condições normais e não te preocupes com o carregamento.

O mito do 1% e do 100%?

Outro mistério resolvido: por que razão o 100% parece durar mais tempo e o 1% demora eternidades a morrer?

Os testes mostraram que:

• Cada 1% entre 99% e 1% dura cerca de 110 segundos;
• Mas o salto de 100% para 99% dura mais de 350 segundos.

Isto acontece porque o iPhone (e outros smartphones) mostram 100% antes de a bateria estar realmente cheia. No fundo, é uma ilusão criada de propósito para evitares pensar que o telemóvel descarrega assim que o desligas da corrente.

E o carregamento wireless?

Outra grande dúvida: o carregamento sem fios estraga mais a bateria?
A resposta é não!

Nos testes:

• O grupo que carregava de 5% a 100% por wireless perdeu cerca de 9% de capacidade, igual ao carregamento por cabo;
• Já o grupo que carregava apenas de 80% a 95% perdeu só 3.9%, provando que evitar descargas profundas faz a bateria durar mais.

Moral da história

Depois de mais de seis meses de testes, a conclusão é simples:

• Podes usar o telemóvel enquanto carrega sem medo.
• Carregar várias vezes por dia é melhor do que deixá-lo morrer.
• Evita temperaturas extremas.

Em suma, no fundo, a tua bateria não é assim tão frágil como parece. Por isso, usa o teu smartphone à vontade.