Rescindir com a NOS é mesmo tão difícil? O que dizem os clientes (e a lei)

Cancelar um contrato de telecomunicações devia ser simples: deixas de querer o serviço, entregas os equipamentos e fechas a conta. Mas em Portugal, para muitos clientes, a realidade é bem diferente. Entre chamadas intermináveis, burocracia e até ameaças de penalizações, a sensação é quase sempre a mesma: “estão a dificultar de propósito”. E a operadora que mais queixas gera nesse campo é a NOS. Mas será que é mesmo difícil rescindir com a NOS ou isto acontece em todas?

O que dizem os clientes da NOS

Nas redes sociais e em fóruns de defesa do consumidor, a história repete-se:

  • Clientes que tentam cancelar o contrato e andam de departamento em departamento;
  • Cancelamentos apenas aceites por carta registada ou presencialmente numa loja;
  • Chamadas insistentes do departamento de retenção, mesmo depois de já ter sido manifestada a intenção de rescindir;
  • Demoras que se prolongam por semanas até o contrato ser efetivamente desligado.
  • Para muitos, o processo torna-se um verdadeiro pesadelo.

Um cliente escreveu: “Gostaria de expressar a minha insatisfação em relação ao processo de cancelamento do contrato de serviços que tenho com a NOS.”

Impossível cancelar serviço. Outro utilizador relatou que, mesmo tentando várias vezes, não conseguiu desligar o serviço:

“Impossível cancelar serviço … agora a NOS que envie o estafeta para fazer a recolha.”

Mas e nas outras operadoras?

Não é só a NOS que acumula queixas.

MEO: também exige, em muitos casos, pedido por escrito e carta registada, além da devolução dos equipamentos. Há relatos de clientes a serem cobrados por aparelhos já entregues.

Vodafone: costuma ser vista como a mais “amigável”, mas também recebe críticas por tentar reter clientes a todo o custo antes de aceitar o cancelamento.

Na prática, todas as operadoras complicam o processo. Mas a NOS ganha má fama porque, segundo várias associações de consumidores, é a que mais arrasta os pedidos de rescisão.

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O que diz a lei em Portugal

A boa notícia é que a lei está do lado do consumidor:

Tens o direito de rescindir o contrato a qualquer momento, mesmo que exista fidelização.

O que muda é que, durante o período de fidelização, a operadora pode exigir o pagamento das vantagens oferecidas (instalação, descontos, equipamentos).

Prazo de reflexão: se contrataste por telefone ou online, tens 14 dias para cancelar sem custos, apenas com comunicação escrita.

Após a fidelização, o cancelamento deve ser gratuito. A operadora não pode impor barreiras ilegais ou prolongar o processo.

Além disso, a ANACOM já alertou que os operadores devem disponibilizar meios simples e acessíveis para a rescisão e não apenas cartas registadas ou deslocações presenciais.

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Como evitar problemas

Guarda sempre provas: envia carta registada com aviso de receção ou e-mail certificado.

Entrega os equipamentos com comprovativo, para não cobrarem mais tarde.

Não cedas à pressão das chamadas de retenção se já decidiste cancelar.

Se houver abusos, apresenta queixa na DECO ou na ANACOM.

Rescindir um contrato em Portugal continua a ser mais difícil do que devia, mas a lei é clara: as operadoras não podem prender-te contra a tua vontade.

A NOS pode ter a pior reputação, mas MEO e Vodafone também aplicam entraves. Ainda assim no caso da Vodafone o processo torna-se mais simples.

Se sabes os teus direitos e guardas provas, consegues cancelar sem cair nas armadilhas.

No fim, a verdadeira pergunta é: porque é que em pleno 2025 ainda temos de lutar tanto para sair de um contrato?

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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