Sabias que o Waze às vezes te engana (e podes poupar tempo)?

Por vezes o Waze sugere-te um desvio e sobretudo um caminho diferente daquele que costumas fazer. Aceitas, segues as setas coloridas, e quinze minutos depois estás preso numa rua onde antes nem havia trânsito. Noutra vez, ignoras o aviso e vais pelo caminho que conheces: chegaste primeiro. Como é possível? A verdade é que o Waze às vezes te engana, mas será que faz de propósito?

Spoiler: não és tu que estás a sabotar o algoritmo, o algoritmo é que vive numa realidade ligeiramente atrasada. E entender isso pode dar-te vantagem no trânsito e no sossego.

A história rápida (pessoal)

Na última sexta-feira, saímos do trabalho a horas de ponta. O Waze, solenemente, sugeriu sair na primeira saída e ir por uma estrada secundária. “É mais rápido”, disse. Eu, teimoso e conhecedor do meu bairro, mantive-me na via principal. Resultado: lá na frente o trânsito estava bom. O acidente foi removido e a rua alternativa onde nos mandaram estava parada. Cheguei 8 minutos antes do que era suposto. Aprendi duas coisas: 1) O Waze trabalha com dados humanos e latência; 2) saber interpretar o que te mostram dá-te vantagem.

Como o Waze decide o que te dizer

Dados em tempo real + histórico: o Waze usa a velocidade do GPS de milhares de utilizadores, relatórios (acidentes, obras) e padrões históricos (o que costuma acontecer naquela hora).

Latência dos sinais: há sempre um pequeno atraso entre alguém reportar “lento” e essa informação chegar ao servidor e depois ao teu telemóvel. Resultado: o mapa mostra um problema que já pode ter sido resolvido.

Previsões e margem de segurança: o sistema não te mostra só o estado atual, calcula a probabilidade do congestionamento piorar e prefere rotas com menor risco de oscilações. Isto às vezes é “pessimista”.

Efeito manada (rerouting em massa): se o Waze der outra rota a centenas de condutores para a mesma alternativa, essa alternativa enche e gera novo trânsito. Ironia pura: a correção do algoritmo cria o problema.

Filtragem deliberada: para não andar a mudar-te de rota a cada minuto, o Waze só muda recomendação quando a diferença de tempo prevista ultrapassa um limiar; isto evita quedas e saltos incómodos, mas pode causar discrepâncias temporárias.

Por que ignorar o Waze pode (às vezes) ser a melhor opção

Se o aviso é por poucos minutos de diferença (≤ 5 min) e conheces melhor a rota, manter-te no habitual pode ser mais rápido.

Se o Waze indica um incidente resolvido há pouco, a rota original pode já estar livre.

Quando vês muitos utilizadores a seguirem para outra rota ao mesmo tempo, é provável que a alternativa também se sature.

Quando DEVES mesmo obedecer ao Waze

  • Se o aviso mostra mais de 10–15 minutos de atraso e a alternativa parece clara.
  • Se existe bloqueio de estrada (acidente, corte, obra) reportado — aí a alternativa é provavelmente melhor.
  • Se tens pouco margem de tempo (ex.: voo, reunião) e o Waze indica uma rota mais segura/menos arriscada.

Checklist rápido para decidir em 10 segundos (usa isto já)

Vê a diferença de ETA: ≤5 min: decide com base no teu conhecimento; ≥10 min: segue a alternativa.

Abre a camada de trânsito (cores): se a alternativa também estiver vermelha, ignora a nova rota.

Procura “incidente” no mapa: acidente confirmado = segue alternativa.

Observa se a nova rota é por ruas estreitas/complexas: às vezes o ganho teórico não compensa. No Algarve fui ter a uma terra de estrada batida.

Se tens horário apertado: segue o Waze (menor risco). Se tens margem: usa o teu juízo.

O Waze é poderoso, mas não omnisciente. Ele mistura dados em tempo real, previsões históricas e regras para evitar oscilações; por isso, às vezes erra. A vantagem real está em interpretar o conselho: não o sigas cegamente nem o desprezes sempre.

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A ferver

Ana Oliveira
Ana Oliveirahttp://leak
Descobriu a paixão pela tecnologia entre aulas de engenharia e fóruns de gadgets, onde passava horas a debater especificações e novidades. Gosta de explicar tecnologia de forma simples, direta e prática como se estivesse a falar com amigos. É fascinada por tudo o que envolva inovação, privacidade digital e o futuro dos smartphones. Quando não está a escrever, está a testar apps, a trocar de launcher ou a explorar menus escondidos no Android.

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