Todos os meses pagas a fatura do telemóvel, da luz e da água. Mas há um conjunto de pequenos débitos que passam despercebidos e que, no fim do ano, podem significar centenas de euros a menos na tua conta bancária: as chamadas subscrições silenciosas. São aquelas aplicações, serviços e plataformas que ativaste em algum momento, muitas vezes em período de teste gratuito, e que continuaram a ser cobradas sem te dares conta.
O problema das subscrições silenciosas
Vivemos rodeados de serviços digitais: música, filmes, armazenamento na cloud, ginásios, revistas digitais, até jogos no telemóvel. Tudo isto funciona em regime de subscrição automática. O grande truque das empresas é simples: oferecer períodos grátis de 7, 14 ou 30 dias e esperar que o utilizador se esqueça de cancelar.
Segundo um estudo da Deloitte, mais de 40% dos consumidores admitem pagar por pelo menos um serviço que já não usam.
Exemplos mais comuns em Portugal
Plataformas de streaming como Netflix, Disney+ ou Amazon Prime. Muitos mantêm 2 ou 3 ao mesmo tempo, mesmo sem usar todas.
Armazenamento na cloud: Google One, iCloud ou Dropbox, quase sempre ativados em promoções de espaço extra.
Apps de fitness ou meditação: oferecem período grátis, mas depois renovam automaticamente.
Serviços de gaming como PlayStation Plus, Xbox Game Pass ou subscrições dentro de jogos mobile.
Jornais e revistas digitais que oferecem 1€ no primeiro mês, mas depois sobem para 10€.
Quanto dinheiro está em jogo
Parece pouco: 4,99€ aqui, 6,99€ ali. Mas quando se juntam várias subscrições, o valor dispara.
Uma app de meditação: 59,99€/ano.
Um serviço de armazenamento cloud: 19,99€/ano.
Uma plataforma de streaming que não usas: 8,99€/mês = 107,88€/ano.
Uma subscrição de jogos: 6,99€/mês = 83,88€/ano.
No total, estamos a falar de 270–300 euros anuais que muitas famílias gastam sem sequer notar.
Como identificar as subscrições silenciosas
Em primeiro lugar consulta o extrato bancário: procura débitos automáticos de valor fixo mensal ou anual. Depois verifica nas lojas de apps (Google Play / App Store): há uma secção dedicada a subscrições ativas. Ao mesmo tempo confere no e-mail: muitas renovações enviam faturas automáticas que se perdem entre newsletters. Revê cartões virtuais: se usaste MB WAY ou cartões temporários, pode haver pagamentos esquecidos.
Como cortar e poupar de imediato
Cancela o que não usas: se não entras numa app há meses, cancela.
Alterna serviços: não precisas de ter Netflix, Disney+ e HBO ao mesmo tempo. Usa um por mês e roda.
Usa cartões virtuais: ao fim do período de teste, o cartão já não funciona e evita cobranças.
Define lembretes: coloca no calendário o fim dos períodos de teste gratuito.
Centraliza pagamentos: usar um único cartão ou conta facilita o controlo.
As subscrições silenciosas são um dos maiores inimigos da poupança moderna. Passam despercebidas porque os valores parecem pequenos, mas somados podem ultrapassar facilmente os 300€ por ano.
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