Todos os meses chega a fatura da luz. Olhas para o valor final, suspiras e pagas. Mas… já reparaste naquele campo chamado “potência contratada”? Se nunca lhe deste importância, há uma grande probabilidade de estares a pagar mais do que devias. E atenção: não estamos a falar de desligar aparelhos, mudar lâmpadas ou viver às escuras. Estamos a falar de poupar dinheiro sem mudar nada nos teus hábitos. Ou seja estás a pagar luz a mais mas podes resolver isso hoje mesmo.
O segredo da potência contratada que faz pagar luz a mais
A potência contratada é como a largura de uma estrada: quanto mais larga, mais carros passam ao mesmo tempo. Na eletricidade, significa o máximo de aparelhos que podes ligar em simultâneo sem que o quadro dispare.
Quanto maior a potência, maior a liberdade para ligares tudo ao mesmo tempo.
Mas também maior a fatura, porque pagas um valor fixo todos os meses, mesmo que não consumas eletricidade.
Em Portugal, os escalões mais comuns são 3,45 kVA, 4,6 kVA, 5,75 kVA e 6,9 kVA.
Exemplo prático: 5,75 kVA vs 4,6 kVA
- Com 5,75 kVA, pagas cerca de 13 € por mês só pelo “direito” a essa potência.
- Com 4,6 kVA, o valor desce para cerca de 9 € por mês.
Só aqui tens uma poupança de 3 a 5 € por mês, ou seja:
36 a 60 € por ano sem mexer em nada.
Parece pouco? Imagina o que não faz pagar menos todos os anos, sem esforço, só por alterares um número na fatura.
Será que consegues baixar sem problemas?
Tudo depende dos teus hábitos:
Tens ar condicionado ligado em várias divisões + forno + máquina de lavar ao mesmo tempo? Então talvez precises mesmo dos 5,75 kVA.
Mas se não costumas “puxar tanto pela rede”, é muito provável que 4,6 kVA seja suficiente.
Dica de especialista:
O teu contador inteligente regista o pico máximo de consumo. Podes consultar diretamente no visor ou pedir à E-Redes esse valor.
Se esse pico nunca se aproximar dos 5,75 kVA, estás a pagar potência a mais sem necessidade.
Ver no contador:
Os contadores inteligentes da E-Redes (marca Efacec, Landis+Gyr, Sagemcom, etc.) têm um botão lateral ou frontal que permite percorrer os menus.
Carregando nesse botão várias vezes, consegues ver:
- Leitura atual (kWh)
- Histórico de consumos
- Potência máxima registada (kW)
Essa potência máxima é o valor mais alto que já atingiste num curto espaço de tempo.
Pedindo os dados à E-Redes
Se não conseguires ver no visor:
Vai ao site da E-Redes e regista-te com o teu CPE (código que está na fatura).
Aí consegues consultar relatórios de consumo, incluindo o pico máximo de potência.
No meu caso consigo ver que a potência maxima que já usei foi 2.92. Assim estou a pagar 5.75 para nada.

Como mudar a potência contratada
O processo é muito simples:
Vai à área de cliente da tua fornecedora de energia (Galp, EDP, Goldenergy, Endesa, etc.).
Procura a opção de alterar potência contratada.
Escolhe o novo escalão (por exemplo, de 5,75 para 4,6 kVA).
A alteração é feita remotamente no contador, nada de obras, nada de técnicos a mexerem no quadro.
Na maioria dos casos, esta mudança é gratuita.
O que pode acontecer se baixares demasiado
Se a potência for demasiado baixa para o teu estilo de vida, vais notar logo:
O quadro dispara quando tentas cozinhar, usar a máquina de lavar e ligar o aquecedor ao mesmo tempo.
Isto não danifica nada, mas pode ser chato teres de ir ao quadro constantemente.
Por isso, a estratégia é simples:
Testa primeiro baixar de 5,75 para 4,6 kVA.
Se continuares a não ter problemas, até os 3,45 kVA podem ser uma opção, dependendo da casa.
Porque é que quase ninguém fala disto?
A resposta é simples: às empresas de energia não lhes interessa. Quanto maior a potência que tens contratada, mais receita fixa elas garantem todos os meses, independentemente do que consomes.
É por isso que este truque raramente é explicado ao cliente. Na prática, és tu que tens de estar atento e rever a tua fatura.
Vale a pena rever já a tua fatura
Se tens 5,75 kVA contratados e nunca tiveste problemas de disjuntores a saltar, é muito provável que possas baixar para 4,6 kVA e começar a poupar até 60 € por ano.
Não é um truque milagroso, mas é dinheiro certo e garantido que pode ficar no teu bolso em vez de ir para a conta da luz.
A pergunta agora é: quantos euros andaste a pagar a mais ao longo dos últimos anos só por não reparares neste detalhe?
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