Qual é o grande problema que as pessoas apontam a um governo? Especialmente em Portugal? É a corrupção, ou por vezes até a falta de capacidade de impor rumo a uma região.
Qual é a solução? É a IA! Não estamos a brincar, já se começa mesmo a fazer algumas coisas dentro deste campo com a IA. Por exemplo, a Albânia entrou para a história ao nomear “Diella”, um bot de inteligência artificial, como ministra responsável por supervisionar concursos públicos.
O objetivo aqui é muito simples, e até poderá fazer todo o sentido. Retirar o fator humano das decisões mais vulneráveis à corrupção.
Um ministro que não pode ser corrompido?
Um bot não pode ser subornado, não tem interesses pessoais, não sofre pressões políticas, etc… Por isso, Diella vai analisar dados e atribuir contratos de forma imparcial, algo que nenhum humano consegue garantir totalmente. O primeiro-ministro Edi Rama apresentou-a como um passo simbólico e literal para uma nova era da governação.
Curiosamente, Diella não nasceu já com este estatuto. Isto porque começou como assistente virtual, ajudando cidadãos a lidar com documentos do Estado. Agora, o desafio é muito maior: garantir transparência num processo que sempre foi terreno fértil para polémicas.
Pode isto tornar-se num exemplo global?
Há quem olhe para esta decisão com ceticismo, mas a ideia tem potencial para se espalhar.
Se a experiência funcionar, poderemos ver outros países a nomear bots para áreas críticas. Ou, se não o fizerem, podem até ser apontados dedos porque existe interesse em não o fazer.
Estamos a falar de reguladores financeiros, planeamento urbano, ou até gestão de recursos e distribuição de apoios. Um algoritmo poderia até ser “avaliado” e substituído com base em métricas objetivas, algo impossível de aplicar a políticos de carne e osso.
O lado negro da moeda?
Mas nem tudo é simples.
Se é verdade que um bot não se deixa corromper por envelopes recheados, também é verdade que pode ser manipulado de outras formas. Até a sua base de programação pode ser… Tendenciosa.
Afinal, sistemas de IA sem segurança robusta já mostraram tendências enviesadas em várias áreas, o que anularia por completo a sua promessa de imparcialidade.
Em suma, a grande questão é se estamos perante o início de uma revolução silenciosa na política ou apenas mais uma experiência que vai expor fragilidades tecnológicas.
Seja como for, a Albânia deu o primeiro passo. Agora é ver o que vai dar.