A Apple passou dois anos a gritar “TITÂNIO!” nos cartazes dos iPhone Pro e, de repente, em 2025… voltou ao alumínio. Aliás, a Apple nem foi a única, visto que outras fabricantes Android foram atrás da mesma tendência.
O que aconteceu?
Smartphones: Titânio já não é fixe? O que aconteceu?
Calor? Na keynote, a Apple justificou a mudança com uma melhor gestão térmica.
Ou seja, a inclusão de uma nova vapor chamber “soldada”/acoplada ao chassis e uma estrutura unibody em alumínio para espalhar melhor o calor.
Na prática, a zona que antes “cozinhava” atrás do vidro (perto do módulo de câmaras) passa a dispersar calor pelo corpo metálico, reduzindo hotspots e dimming do ecrã em uso pesado (GPS, FaceTime ao sol, gaming).
Mas… Há mais!
Fazer um unibody complexo em titânio é caro, difícil de maquinar e de soldar com tolerâncias finas.
O alumínio é mais maleável, oxida bem (anodização), permite paredes finas com rigidez suficiente e simplifica a montagem. Resultado? Menos rejeições na linha, menos peso face ao aço, e um chassis mais “amigo” do calor. Em cima disto, há custos e cadeias de fornecimento:
Mais metal exposto + volumes gigantes = alumínio faz mais sentido.
“Mas o Air é em titânio…”
Sim, porque a Apple quer que o Air seja conhecido como o modelo Premium, mesmo que seja o pior iPhone da nova gama. E de facto, isso não contraria nada.
O iPhone Air é mais fino e precisa de rigidez específica (stiffness) para não fletir. Como tem menos massa térmica e menos ambição de performance contínua, a prioridade ali é estrutura, não dissipação.
Nos Pro, onde a Apple promete performance estável (IA on-device, vídeo ProRes, jogos 3D), a prioridade é espalhar calor.
Durabilidade e toque?
O titânio sente-se premium e risca menos, o alumínio marca e risca mais facilmente, embora amasse menos que vidro.
Em contrapartida, o alumínio absorve/espalha calor melhor (para as mãos pode parecer “morna” mais vezes, mas com menos picos). Se és do clube “sem capa porque gosto do toque”, vais notar a diferença.
Se usas capa… é quase irrelevante.
Conclusão
Há quem veja contenção de custos (titânio é caro, tarifas, yield, etc.). Verdade ou não, a Apple também mexeu no posicionamento: os Pro estão mais “utilitários” (criadores, workflows), e o Air ficou com o “brilho” do titânio e do design fino.
Estratégia? Parece. Mas de certeza que a Apple poupou alguns trocos com a brincadeira.
Em resumo
- Alumínio nos Pro: melhor dissipação com o novo unibody + vapor chamber, produção mais simples, possível poupança.
- Titânio no Air: rigidez para um corpo ultra-fino; performance contínua não é a prioridade.
- Trade-off: alumínio risca mais e sente-se menos “premium”, mas aguenta melhor sessões longas sem aquecer às rajadas.