Durante anos, o OLX foi praticamente sinónimo de comprar e vender em segunda mão em Portugal. Se o Google era sinónimo de pesquisa na Internet, o OLX era sinónimo de compra e venda de material usado.
Ou seja, quem queria vender um sofá, um telemóvel ou até um carro, ia ao OLX. Simples, rápido e sem concorrência séria.
Mas essa era dourada acabou, e foi com estrondo! Hoje, com Wallapop, Vinted e outras plataformas a crescerem, fica cada vez mais evidente que o OLX perdeu o comboio da inovação.
O problema de nunca ter evoluído?
O OLX sempre foi um site de classificados digitais.
Como se fosse aquela parte dos classificados num jornal, mas online, e com mensagens incluídas. Porém, nunca passou verdadeiramente para o nível de uma plataforma de e-commerce, como fizeram outras soluções internacionais.
Ou seja, não tem avaliações de utilizadores (ou o sistema é péssimo), não tem pagamentos seguros integrados, nem gestão de entregas. O resultado? Vender no OLX é, muitas vezes, uma lotaria.
Ou levas com spam e propostas ridículas, ou então arriscas cair num esquema. Visto que o OLX está inundado de pessoas mal intencionadas prontas a enganar alguém com esquemas do MB Way.
Enquanto isso, plataformas concorrentes perceberam a importância de criar confiança. Feedback, meios de pagamento dentro da app, entregas asseguradas, e até seguros caso algo corra mal.
O que parecia “luxo” no início, hoje é básico, e claro, o OLX ficou parado.
O que correu mal?
Há quem diga que o OLX até deu o “salto”, mas na direção errada.
Em vez de investir na evolução da experiência, comprou rivais nacionais como o Miau.pt e o LeiloesOnline, eliminando concorrência… para depois deixar o serviço estagnar.
Resultado? Uma marca omnipresente, mas cada vez mais associada a scams e negócios arriscados.
Em países como o Brasil, a própria OLX já implementou pagamentos e entregas pela plataforma. Em Portugal, continua a ser o “terra de ninguém” dos classificados. Por muito que ainda funcione, a verdade é que a reputação desgasta-se, e os utilizadores mais jovens estão a migrar para plataformas mais seguras e modernas.
É um pouco a imagem do Facebook. Ainda sobrevive, mas cada vez mais fraco.
Ainda vai a tempo?
É inegável que o OLX continua com escala e nome reconhecido. Mas isso, por si só, não chega. Num mercado em que a confiança é tudo, manter-se como “o site dos classificados” pode ser insuficiente.
Se quiser continuar no jogo, o OLX vai ter de mudar de pele, e vai ter de introduzir coisas que já existem na concorrência. Além disso, vai ter de inovar em alguns campos, porque está tudo muito parado.
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