Recebes uma mensagem no telemóvel: “A tua encomenda não foi entregue, confirma a morada neste link”. Ou um email do suposto banco: “A tua conta vai ser bloqueada, faz login aqui”. É nestes segundos de distração que muitas pessoas caem. Mas a verdade é que há um detalhe escondido nos links falsos que pode salvar-te de uma burla e quase ninguém presta atenção.
A história que podia ser a tua
Imagina a Ana, 37 anos, que numa manhã normal recebeu um SMS da “transportadora”. Clicou no link sem pensar, porque estava mesmo à espera de uma encomenda. O site parecia verdadeiro, com logótipo e cores oficiais. Inseriu os dados e… dias depois, viu movimentos estranhos na conta bancária.
O que aconteceu? O link levava a uma página falsa. Só que se a Ana tivesse reparado num pequeno detalhe, teria evitado tudo.
O truque dos links falsos
Os burlões são cada vez mais sofisticados. Copiam o design das páginas oficiais e usam mensagens com tom urgente para obrigar à ação imediata. Mas há algo que quase nunca conseguem disfarçar: o endereço do link (URL).
Assim é aqui que entra o detalhe que pode salvar-te:
- Um banco verdadeiro nunca te vai enviar para um endereço esquisito.
- Uma transportadora não usa links cheios de números, hífens e letras aleatórias.
- Um site oficial raramente tem domínios estranhos, como .xyz ou .ru.
O detalhe escondido nos links falsos que faz a diferença
Há três sinais que denunciam um link falso:
Domínio suspeito – em vez de ctt.pt, aparece ctt-entregas.xyz ou ctt-confirmar.com.
Caracteres trocados – os burlões usam letras parecidas, como um “rn” em vez de “m” (exemplo: banrnco.pt).
Falta de HTTPS – os sites oficiais usam cadeado de segurança. Se o link não tiver “https://”, desconfia.
Estes detalhes parecem pequenos, mas são a barreira entre um clique inocente e a perda de centenas de euros.
Casos reais em Portugal
Entretanto a Polícia Judiciária já alertou para centenas de casos de phishing em Portugal. Só em 2024, milhares de portugueses foram vítimas de mensagens falsas em nome da CGD, EDP, CTT e até da Autoridade Tributária.
Em quase todos os relatos, as vítimas admitem a mesma coisa: “Não reparei no link”. Ou seja, o detalhe estava lá, mas passou despercebido.
Como te protegeres
Aqui ficam regras simples que podem evitar uma dor de cabeça:
Nunca cliques diretamente no link – vai ao site oficial escrevendo tu o endereço.
Confere sempre o domínio – tudo o que fugir a .pt, .com ou .org nos sites conhecidos deve levantar suspeitas.
Desconfia de erros ortográficos – se o nome da marca estiver mal escrito, é golpe.
Ativa notificações no banco – assim percebes logo se algo estranho acontece.
Reporta os links – quanto mais pessoas denunciarem, mais depressa são bloqueados.
E se já clicaste?
Nem tudo está perdido. Se clicaste e inseriste dados:
- Contacta o banco de imediato para bloquear acessos.
- Muda as tuas palavras-passe.
- Faz queixa na polícia com provas do link.
Quanto mais rápido agires, maior a hipótese de evitar perdas.
Vivemos numa era em que basta um clique para perder dinheiro, dados pessoais e até o controlo da tua conta bancária. Os burlões sabem disso e jogam com pressa, distração e confiança. Mas também é verdade que basta um detalhe, olhar bem para o link, para evitares cair na armadilha.