Durante anos, trocar a bateria do telemóvel foi tão simples como tirar a tampa traseira e colocar uma nova. Aliás, eu ainda sou do tempo em que se metiam baterias no congelador, para tentar fugir ao “vício”.
Mas a indústria mudou! As marcas optaram por designs mais finos, selados e resistentes à água, sacrificando assim a possibilidade de substituição fácil. Claro que, além de tudo isto, as fabricantes também gostam do facto de o smartphone começar a mostrar a sua idade ao fim de 2 ou 3 anos, o que é uma consequência direta da perda de capacidade da bateria.
Ou seja, hoje em dia, quase todos os smartphones obrigam a recorrer a ferramentas especializadas, calor e até riscos de danificar o aparelho.
Ainda assim, há uma marca que insiste em remar contra a maré: a Fairphone.
Fairphone 6: moderno, mas com espírito “old school”
O Fairphone 6 é o exemplo perfeito de que ainda é possível ter um telemóvel moderno sem abrir mão da reparabilidade. Este smartphone vem com:
- Ecrã P-OLED de 6,31”, taxa de atualização de 240 Hz e brilho até 1400 nits.
- Câmara principal de 50 MP, capaz de gravar em 4K a 30 fps.
- Bateria removível que promete até dois dias de autonomia, com carregamento rápido a 50% em 20 minutos.
Mas o grande trunfo é mesmo este: quando a bateria perde rendimento, não é preciso trocar de telemóvel. Basta comprar outra, por cerca de 45 €, e substituir em poucos minutos.
Como trocar a bateria
O processo é simples e dispensa técnicos especializados:
- Retira dois parafusos na traseira com uma chave Torx T5.
- Remove a tampa traseira.
- Desaparafusa e retira a bateria antiga.
- Coloca a nova, volta a prender os parafusos e fecha a tampa.
Tudo em menos de 5 minutos. O que claro, é muito diferente de abrir um Galaxy ou iPhone com pistola de calor e espátulas.
Vale a pena trocar para o Fairphone?
Aqui entra o grande dilema. Para a grande maioria das pessoas… Não.
Se já estás preso a um ecossistema como o da Apple ou da Samsung (com tablets, auriculares e portáteis integrados), mudar para o Fairphone pode ser complicado.
Mas se valorizas direito à reparação, sustentabilidade e a ideia de não gerar lixo eletrónico cada vez que a bateria se gasta, o Fairphone 6 é praticamente a única opção real no mercado.
Além disso, o preço não é baixo: cerca de 899 dólares ou o equivalente em euros.
Conclusão
O Fairphone 6 é um smartphone que prova que ainda é possível conciliar modernidade com reparabilidade. Não é o mais barato, nem o mais potente, mas é único. Um telemóvel onde trocar a bateria não é um pesadelo, mas sim algo que qualquer utilizador consegue fazer em minutos.
Num mercado onde todos seguem a mesma lógica de descartável, o Fairphone mantém-se como o resistente de uma era em que o telemóvel podia durar muitos anos.
Mas… Ainda tem muita sopinha para comer se quer rivalizar com a Apple e Samsung.