Imagina isto: vais ao supermercado, pagas as tuas compras com cartão como fazes todos os dias e segues a tua vida normalmente. Dias depois, recebes uma notificação estranha no banco: levantamentos que não fizeste, compras em sites que nunca visitaste, dinheiro a desaparecer da conta. Pensas logo numa burla clássica, mas a verdade é muito mais assustadora. Podem ter clonado o teu cartão numa compra completamente legítima. É um daqueles perigos invisíveis que quase ninguém associa ao dia a dia, mas que está a crescer de forma preocupante. Mas como acontece este problema dos cartões multibanco clonados?
Como é que um cartão se pode clonar sem burla direta?
A clonagem de cartões multibanco não acontece apenas quando dás os teus dados a burlões. Na verdade, pode acontecer em situações completamente normais:
Terminais de pagamento comprometidos – máquinas aparentemente normais, mas adulteradas com pequenos dispositivos capazes de copiar dados do cartão.
Sites legítimos mas mal protegidos – lojas online onde compras roupas, bilhetes ou até gadgets, mas cujo sistema de pagamento tem falhas de segurança.
Armazenamento inseguro dos comerciantes – alguns estabelecimentos guardam dados dos clientes sem encriptação suficiente.
Ou seja, podes estar a comprar o jantar, a pagar o ginásio ou a reservar férias… e ainda assim seres apanhado.
Números que assustam
De acordo com relatórios europeus de segurança bancária, mais de 60% dos casos de clonagem de cartões têm origem em transações aparentemente legítimas. Não é preciso cair numa burla descarada para seres vítima.
O problema é que, muitas vezes, as pessoas só descobrem quando já é tarde: o dinheiro saiu da conta e o processo de reembolso pode demorar semanas.
Exemplos reais de cartões multibanco clonados
Uma cadeia de supermercados nos EUA descobriu que várias das suas máquinas estavam comprometidas com skimmers invisíveis. Aparelhos minúsculos que copiam os dados quando passas o cartão.
Em Portugal, já houve relatos de lojas com falhas de segurança onde os dados dos clientes foram roubados.
Até aplicações móveis aparentemente seguras já se utilizaram como isco: descarregas, pagas normalmente… e os teus dados ficam registados para terceiros.
Os sinais de que o teu cartão pode ter sido clonado
- Movimentos pequenos que não reconheces (5€, 10€… testam antes de ir buscar mais).
- Compras em sites estrangeiros que nunca visitaste.
- Transações “pendentes” que desaparecem e depois voltam com valores diferentes.
- Alertas do banco para atividades suspeitas fora do teu padrão de consumo.
Como te podes proteger?
Felizmente, há várias medidas simples que reduzem (e muito) o risco:
Ativa alertas no telemóvel – cada vez que o cartão se utiliza, recebes notificação.
Usa cartões virtuais – quase todos os bancos e fintechs já permitem criar cartões temporários para compras online.
Prefere contactless – quanto menos vezes o cartão entra fisicamente na máquina, menor o risco de clonagem.
Evita Wi-Fi público para compras – usa dados móveis ou VPN.
Verifica os extratos regularmente – não deixes passar semanas sem olhar para os movimentos.
A dica extra: usa dois cartões diferentes
Muitos especialistas em cibersegurança recomendam ter um cartão apenas para compras do dia a dia e outro para gastos maiores ou online. Assim, mesmo que um se comprometa, não perdes tudo de uma vez.
Não é preciso cair numa burla descarada para veres o teu cartão clonado. Às vezes, basta fazeres uma compra normal. É por isso que a melhor defesa é a vigilância: estar atento aos sinais, usar ferramentas de segurança e nunca assumir que “isto só acontece aos outros”.
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