Deixar o telemóvel debaixo da almofada durante a noite é um hábito comum. Muitos fazem-no para ter o despertador à mão, outros porque gostam de adormecer a ouvir música ou podcasts, e alguns simplesmente para sentir que o telefone está “seguro”. Mas será esta prática inofensiva? A ciência já estudou os efeitos e as conclusões não são nada animadoras.
O perigo invisível: aquecimento e incêndios
Os telemóveis aquecem sempre que estão em funcionamento e ainda mais durante o carregamento.
Debaixo da almofada, o calor não tem por onde escapar.
- O tecido atua como isolante, aumentando a temperatura.
- Há registos de colchões e fronhas queimados devido a sobreaquecimento do dispositivo.
Embora raro, o risco de incêndio existe e é agravado se o telemóvel estiver com capa grossa ou ligado a um carregador de baixa qualidade.
O impacto no sono
Dormir com o telemóvel tão próximo interfere diretamente com a qualidade do sono. As notificações, vibrações e sons interrompem o descanso. A luz azul do ecrã reduz a produção de melatonina, a hormona que regula o sono. Entretanto a simples presença do telemóvel cria a tentação de o usar antes de adormecer, atrasando a hora de descanso.
Estudos mostram que pessoas que dormem com o telemóvel ao lado têm mais dificuldade em entrar em sono profundo e acordam com maior sensação de fadiga.
E as radiações?
Um dos receios mais falados é a exposição à radiação emitida pelos telemóveis. A Organização Mundial da Saúde classifica os campos eletromagnéticos dos telemóveis como “possivelmente cancerígenos”. Embora não haja consenso científico definitivo sobre riscos graves, a recomendação é clara: não dormir com o telemóvel colado à cabeça.
Mesmo que as radiações não causem danos imediatos, manter o aparelho junto ao corpo durante horas não é aconselhável.
Ansiedade digital
Há também um impacto psicológico. Ter o telemóvel debaixo da almofada aumenta a sensação de vigilância constante.
Muitas pessoas acordam no meio da noite e, em vez de voltarem a dormir, verificam mensagens e redes sociais.
Este comportamento está ligado a níveis mais altos de ansiedade e stress.
A dependência digital torna-se mais forte quando o telemóvel nunca está realmente fora de alcance.
O desgaste do aparelho
Além dos riscos para a saúde, o telemóvel também sofre. O sobreaquecimento reduz a vida útil da bateria. A acumulação de calor pode danificar componentes internos. O carregamento prolongado durante a noite em condições de isolamento térmico acelera a degradação.
Ou seja, dormir com o telemóvel debaixo da almofada não só prejudica o corpo como também encurta a vida do próprio dispositivo.
O que fazer em vez disso
Se não consegues ficar sem o telemóvel no quarto, há formas mais seguras de o usar:
- Coloca-o numa mesa de cabeceira, afastado pelo menos 1 metro da cama.
- Usa o modo não incomodar para bloquear notificações durante a noite.
- Se precisas do despertador, mantém apenas essa função ativa.
- Investe num despertador tradicional para não depender tanto do telemóvel.
Dormir com o telemóvel debaixo da almofada é um comportamento recente, mas que já preocupa médicos e psicólogos. É visto como um reflexo da dependência crescente da tecnologia, em que o telemóvel passou de ferramenta para extensão do próprio corpo.
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