Porque nunca deves soprar as velas do bolo de aniversário

Um bolo, um grupo de amigos, a música dos parabéns e o momento mais esperado: soprar as velas. Parece um ritual inocente, divertido e até mágico. Mas a verdade é que este gesto, que todos repetimos ano após ano, pode ser um dos mais anti-higiénicos de sempre. E não, não é exagero. A ciência já estudou este costume e os resultados são de arrepiar. Mas o que diz afinal a ciência sobre soprar as velas do bolo de aniversário?

O ritual que todos adoram

Soprar as velas é quase obrigatório nas festas de aniversário. É o momento em que todos esperam, telemóveis prontos para gravar, crianças a rir e adultos a cantar. No entanto, por trás dessa cena alegre, esconde-se algo que nunca é mostrado nas fotografias: milhares de bactérias invisíveis a espalharem-se pelo bolo.

Sim, cada sopro é um verdadeiro spray de saliva em cima daquela cobertura cremosa que, segundos depois, vai ser partilhada por todos.

O estudo que estragou o apetite a muita gente

Investigadores da Clemson University, nos EUA, decidiram analisar este ritual. O que fizeram? Puseram pessoas a soprar velas de aniversário sobre bolos falsos (cobertos com papel alumínio para recolher as partículas).

O resultado? Depois de medir a quantidade de bactérias, descobriram que o número de microrganismos no bolo aumentou até 1.400% após o sopro.

Traduzindo: cada vez que sopras as velas, estás a multiplicar por 14 a quantidade de bactérias que vão parar diretamente ao prato de quem come o bolo a seguir.

Que bactérias são essas?

O problema não é só a saliva. A boca humana está cheia de microrganismos:

Streptococcus mutans: causador de cáries.

Staphylococcus aureus: pode provocar infeções cutâneas.

Vírus como a gripe ou até o herpes simplex podem viajar no sopro.

Na maioria dos casos, estas bactérias não causam problemas graves. Mas em crianças, idosos ou pessoas com o sistema imunitário mais frágil, o risco é maior.

Porque é que nunca pensamos nisto?

A resposta é simples: tradição. Soprar as velas é algo que aprendemos em criança e que associamos a alegria e desejos. Poucos param para pensar no que está realmente a acontecer naquele momento. Afinal, quem quer arruinar uma festa de aniversário com preocupações sobre bactérias invisíveis?

Mas a pandemia ensinou-nos uma coisa importante: aquilo que não vemos pode, de facto, ser perigoso.

Alternativas mais seguras (e igualmente divertidas)

Se a ideia de partilhar um bolo cheio de microrganismos não te agrada, há várias formas criativas de manter a tradição sem o risco:

Velas individuais: em vez de todas no bolo, coloca velas em cupcakes ou fatias separadas. Cada pessoa sopra a sua.

Sopro à distância: já existem velas que apagam com sensores ou com o movimento da mão.

Usar um leque pequeno ou ventoinha portátil: parece cómico, mas funciona.

Fazer o desejo sem soprar: porque, no fundo, o importante é o momento simbólico, não o ar cheio de bactérias.

Mas afinal, é assim tão grave?

É verdade que, para a maioria das pessoas saudáveis, comer um pedaço de bolo com algumas bactérias não vai causar nada de imediato. O corpo humano lida diariamente com milhares de microrganismos.

O problema está nos excessos e nas exceções:

  • Festas com muitas crianças juntas, onde os micróbios circulam mais rápido.
  • Idosos ou pessoas com saúde fragilizada.
  • Épocas de gripes ou viroses.
  • Nesses contextos, o risco de transmitir doenças pelo “sopro das velas” é muito real.

O que a ciência nos está a dizer sobre soprar as velas do bolo de aniversário

Os cientistas não querem acabar com os aniversários. Mas querem alertar para algo que sempre ignorámos: o bolo de aniversário é, muitas vezes, um veículo de transmissão de germes.

Não se trata de viver com medo, mas de criar hábitos mais conscientes. Tal como já aprendemos a lavar as mãos antes de comer, talvez esteja na hora de repensar esta tradição e adaptá-la aos tempos modernos.

O momento de soprar as velas vai sempre ter magia. Mas agora já sabes o que está a acontecer em segundo plano: uma chuva de bactérias invisíveis a pousar sobre o bolo.

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A ferver

Patrícia Fonseca
Patrícia Fonseca
Gosto de misturar informação útil com uma boa dose de proximidade, como se estivesse a conversar diretamente com cada leitor.Fora do teclado, há uma certeza: se houver jogo de futebol, estou lá. Vou sempre apoiar a minha equipa, esteja onde estiver, porque o futebol é a minha outra grande paixão. Entre gadgets, artigos e estádios cheios vivo tudo intensamente.

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