Se te perguntasse qual é a tecnologia que mais usas todos os dias em casa, provavelmente responderias Wi-Fi, Bluetooth ou até 5G. Mas e se eu te dissesse que, cada vez que carregas no comando da TV, estás a usar uma tecnologia que nasceu nos anos 80 e que, contra todas as expectativas, continua viva e indispensável em pleno 2025? Estou a falar do infravermelhos (IR), o feixe invisível que sai do teu comando e faz a televisão obedecer às tuas ordens.
Pode parecer pré-histórico, mas a verdade é que sem esta tecnologia simples e barata, provavelmente ainda hoje andávamos a lutar com comandos pesados, caros e cheios de limitações.
O passado surpreendente dos comandos da TV
Antes de serem populares em casa, os infravermelhos já estavam a ser usados no exército, em equipamentos de visão noturna, sensores industriais e até em telémetros militares. Quando os LEDs de infravermelhos começaram a ficar baratos no final dos anos 70, os fabricantes de televisões perceberam que podiam finalmente abandonar os comandos ultrassónicos, ou seja, aqueles “clickers” barulhentos que pareciam mais brinquedos do que ferramentas modernas.
E assim nasceu o comando que conhecemos hoje: pequeno, silencioso e com dezenas de funções.
O que mudou desde os anos 80 até hoje?
Enganas-te se pensas que os comandos por infravermelhos ficaram parados no tempo. A tecnologia evoluiu:
- Os sinais passaram a usar protocolos padronizados, reduzindo interferências.
- Já não precisas de apontar diretamente para o sensor. Os comandos atuais conseguem até refletir o sinal nas paredes.
- A eficiência energética melhorou tanto que um par de pilhas pode durar anos.
Ainda assim, nenhuma grande marca aposta hoje em dia num comando só de infravermelhos. Agora, quase todos os modelos combinam IR com Bluetooth ou rádio frequência, para dar ao utilizador a melhor experiência possível.
Mas afinal, porque é que ainda precisamos de infravermelhos?
Com Bluetooth a dominar praticamente todos os dispositivos modernos, a pergunta faz sentido: porque é que as televisões ainda não largaram o IR?
A resposta é simples:
É barato. Para os fabricantes, instalar um sensor de infravermelhos custa quase nada.
É universal. praticamente todas as televisões, soundbars e boxes reconhecem IR, o que faz com que um único comando universal consiga controlar vários aparelhos.
Funciona sempre, mesmo quando o Bluetooth ainda não está ativo, os infravermelhos garantem que podes ligar ou desligar a TV instantaneamente.
É por isso que até gigantes como a Samsung e a Apple mantêm o IR nos seus comandos: um para as funções básicas, outro para as opções avançadas.
Então… o futuro vai matar os comandos IR?
A verdade é que ninguém parece com pressa de acabar com eles. Enquanto o Bluetooth e outras ligações sem fios trazem mais inteligência aos comandos, os infravermelhos continuam a ser o “plano B” fiável, barato e imediato.
No fundo, é um daqueles casos raros em que a tecnologia antiga sobrevive não por nostalgia, mas porque ainda faz todo o sentido em pleno século XXI.
Da próxima vez que carregares no botão da TV, lembra-te disto: estás a usar uma tecnologia militar dos anos 70 que sobreviveu à era dos smartphones, das smart TVs e até da inteligência artificial.
E, ao que tudo indica, vai continuar a sobreviver por muitos mais anos.
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