Muitos compraram um smartwatch para melhorar a saúde: monitorizar passos, batimentos cardíacos, oxigénio no sangue e, claro, o sono. A promessa é tentadora: acordar e ter um relatório completo da noite, com gráficos que mostram quanto tempo estivemos em sono leve, profundo ou REM. Mas e se eu te dissesse que usar o smartwatch enquanto dormes pode estar, na verdade, a prejudicar a qualidade do teu sono?
A ilusão do “sono perfeito”
Quando deitas o smartwatch na mesa de cabeceira, ele é apenas um gadget. Mas quando o levas para a cama, transformas-te numa espécie de “cobaia” voluntária. O problema é que esta monitorização constante pode estar a criar ansiedade do sono. Trata-se de um fenómeno real estudado por especialistas.
Em vez de descansares, passas a preocupar-te se vais dormir bem o suficiente para que o gráfico no dia seguinte esteja “verde”. O resultado? Dormes pior.
Radiação e impulsos constantes
Outro ponto que gera polémica é a radiação eletromagnética emitida por dispositivos sem fios como smartwatches. Embora os níveis sejam considerados baixos, o impacto de horas de contacto direto com a pele, todas as noites, durante anos, ainda está a ser estudado.
Além disso, muitos relógios emitem impulsos de luz ou vibrações para medir o ritmo cardíaco. Estes estímulos, ainda que subtis, podem fragmentar o sono sem que te apercebas.
Dados não são tão fiáveis como parecem
Os relatórios do smartwatch parecem super detalhados, mas a verdade é que não são exames médicos. Estudos comparativos mostram que, apesar de úteis, estes dispositivos podem errar ao distinguir entre sono profundo e sono leve.
Ou seja, podes estar a dormir bem mas acordar convencido de que dormiste mal e essa sugestão negativa afeta o teu desempenho no dia seguinte.
Sintomas de quem dorme sempre com o smartwatch
Alguns utilizadores relatam problemas ao fim de algumas semanas ou meses:
- Vermelhidão ou irritação na pele por contacto prolongado.
- Dificuldade em adormecer devido ao peso ou desconforto.
- Sono fragmentado sem explicação aparente.
- Ansiedade crescente ao ver métricas “más”.
Como usar sem prejudicar a saúde
Não precisas de abandonar o smartwatch, mas sim de usar com moderação e inteligência:
- Alterna noites: não é preciso monitorizar o sono todos os dias.
- Tira o relógio nas madrugadas mais agitadas: especialmente se já tens insónia.
- Prefere modelos com “modo noturno”: reduzem luzes e vibrações.
- Cuida da pele: tira o relógio pelo menos algumas horas por dia para evitar irritações.
Outras formas de melhorar o sono
- Se a tua prioridade é dormir melhor, há truques muito mais eficazes que um gráfico digital:
- Manter um horário regular de deitar e levantar.
- Evitar ecrãs brilhantes uma hora antes de dormir.
- Garantir que o quarto está escuro e silencioso.
- Não beber café ou álcool perto da hora de dormir.
O smartwatch pode ser um aliado na saúde, mas também um inimigo silencioso do sono. O problema não está apenas no dispositivo em si, mas no impacto psicológico e físico que pode causar a longo prazo.
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