Terça-feira, Agosto 19, 2025

Qual dói mais? Visto mas sem resposta ou não visto mas online?

No mundo em que vivemos, as maiores guerras não acontecem só em tribunais, nem em grandes discussões de café. Muitas vezes, a verdadeira batalha trava-se em pequenos ícones no ecrã do nosso telemóvel. E não, não estou a exagerar: uma bolinha azul ou um visto pode arruinar o nosso dia. A pergunta que nunca sai da cabeça é esta: o que dói mais? Mandar uma mensagem, ver o famigerado “visto” sem nenhuma resposta. Ou mandar uma mensagem e ela nem sequer ser aberta, enquanto a pessoa está online, ativa, ocupadíssima a falar com outros? É o dilema digital do século XXI!

O drama do “visto” sem resposta

O “visto” é o nosso selo de confirmação. É como se dissesse: “Sim, recebi. Sim, li. Mas… não me apetece responder.” E esse silêncio pesa.

O coração dispara, a mente começa a correr maratonas de teorias e o scroll no WhatsApp ou Messenger já não tem a mesma graça.

De repente, ficas a olhar para o telemóvel como se fosse uma bomba-relógio: cada minuto sem resposta é mais uma explosão silenciosa no teu peito.

E o pior? Aquela sensação de exposição. Tu abriste a tua alma, talvez tenhas enviado algo importante, sincero, até vulnerável. E o outro lado… nada.

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É como contar uma piada numa sala cheia e ninguém se rir. Ou pior: todos olharem para ti, reconhecerem o que disseste… e simplesmente ignorarem.

O veneno do “não visto”, mas online

Agora, vamos ao outro lado da moeda. A tua mensagem está ali, intacta, sem aquele bendito visto. Mas, por azar, tu abres o chat e vês: a pessoa está online.

Online, mas não contigo. É quase poético, se não fosse tão doloroso. É a versão moderna de estar numa sala, chamar pelo nome de alguém e essa pessoa continuar a conversar alegremente com todos, menos contigo.

Aqui, a dor vem da invisibilidade. Não é que não tenha visto ainda é que escolheu não ver.

E essa escolha pesa. Cria um nó na garganta, uma pergunta que se repete na cabeça: “Será que eu não importo?”

Afinal… qual dói mais?

E aqui está a verdadeira questão. Não há uma resposta universal.

• Para quem é ansioso, o “visto sem resposta” é uma tortura digna de novela mexicana.
• Para quem odeia sentir-se invisível, o “não visto mas online” é como levar um balde de água fria na cara.

das mensagens de áudio, visualização única do WhatsApp

Ambos têm algo em comum: mostram-nos que, no fundo, responder não é questão de tempo, mas de prioridade.

O impacto emocional das mensagens ignoradas

Isto pode parecer exagero, mas não é. Há estudos que mostram que a rejeição digital ativa as mesmas zonas do cérebro associadas à dor física. Ou seja, aquele silêncio no WhatsApp pode doer tanto quanto uma pancada na perna.

E aqui entra a parte mais séria: a forma como lidamos com estas pequenas rejeições virtuais diz muito sobre a nossa autoestima. Ficar preso à notificação, olhar constantemente para o “visto às 21h43”, pode ser sinal de que estamos a dar mais valor ao outro do que a nós próprios.

O que fazer quando isto acontece?

A grande armadilha é ficar obcecado com os sinais digitais. Será que já viu? Vai responder? Será que sou eu o problema?

A resposta, na maioria das vezes, é mais simples: quem quer, responde.
Quem não responde, está a mostrar a sua prioridade.

E é aqui que temos de inverter o jogo:

  • Se alguém não valoriza a tua mensagem, valoriza tu o teu silêncio.
  • Se alguém te deixa no vácuo, não caias na tentação de te rebaixar.
  • E se alguém escolhe não ver o que tens a dizer, talvez esteja na altura de escolheres não esperar.

O lado positivo

Por mais estranho que pareça, estas pequenas dores digitais também ensinam.
Ensinam-nos a definir limites, a perceber quem realmente está do nosso lado e a reconhecer que a validação não deve vir de duas bolinhas azuis, mas de quem te prova todos os dias que está presente.

No fundo, aprender a lidar com estas situações é aprender a desligar. Porque a vida não acontece dentro de uma app acontece na rua, no café, nas conversas ao vivo, nos olhares que não precisam de “visto”.

Então, responde lá: o que dói mais?

E agora deixo-te o desafio: comenta, partilha, debate. E para ti?

O “visto” sem resposta, que parece um silêncio ensurdecedor?

Ou o “não visto, mas online”, que grita invisibilidade?

Seja qual for a tua resposta, lembra-te: responder é fácil, respeitar é raro, e saber desligar é poder.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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