Ainda se lembra das revistas em que vinham códigos para usar nos mais mundanos jogos como GTA? Pois bem, enganar no jogo pode sair caro, mas há quem pague.
Um estudo das Universidades de Birmingham e Warwick revelou que existe um verdadeiro mercado negro à volta dos cheats para videojogos online, que gera entre 12 e 73 milhões de dólares por ano.
Um valor que tem tendência para aumentar. Até porque…
Cheats ao preço de subscrições
O funcionamento é simples: dezenas de sites vendem software que dá vantagem injusta em jogos como Fortnite, Call of Duty, Rainbow Six Siege, Counter-Strike 2, Team Fortress 2 ou Escape From Tarkov.
Os preços variam entre 10 e 240 dólares por mês, e estima-se que entre 30 mil e 174 mil jogadores mantenham estas subscrições ativas.
Um dos exemplos mais conhecidos é a Engine Owning, que recebe meio milhão de visitas por mês, muito graças aos preços mais baixos, entre 10 e 20 dólares. Curiosamente, o que dita o preço de um cheat não é tanto a popularidade do jogo, mas sim a dificuldade em contornar os sistemas anti-cheat.
Anti-cheat cada vez mais agressivo!
É precisamente aqui que entram medidas como o Windows Secure Boot e o TPM 2.0, já exigidos por jogos como Battlefield 6 e o futuro Call of Duty: Black Ops 7. Estas ferramentas atuam ao nível do kernel, ou seja, na camada mais profunda do sistema operativo, tornando mais difícil (e caro) criar cheats funcionais.
Claro que esta abordagem não é consensual. Muitos jogadores consideram perigoso dar acesso tão profundo ao sistema, até porque basta um erro ou falha de segurança para transformar o PC num alvo vulnerável.
Vale a pena?
Mesmo não sendo uma solução definitiva, as editoras defendem que vale a pena. A EA, por exemplo, já apanhou 330 mil batoteiros só durante a beta aberta do Battlefield 6, com dezenas de milhares de contas detetadas todos os dias.
No fim, como sempre, é um jogo do gato e do rato! Os developers reforçam barreiras, os cheat sellers encontram brechas e os jogadores dispostos a pagar continuam a existir. A diferença é que, agora, o negócio deixou de ser underground para se tornar numa indústria paralela que fatura milhões todos os anos.