Se já é difícil encontrar um posto rápido livre, ou capaz de oferecer a potência prometida, de forma a carregar um carro elétrico, agora em algumas cidades há outro problema: os cabos estão a desaparecer.
Nos últimos meses, multiplicam-se as imagens e relatos de carregadores vandalizados, com os cabos cortados para serem vendidos ao quilo, ou melhor, ao quilo de cobre. Sim, parece que estamos a viver no terceiro mundo. Os cabos são roubados, para se vender o material interior.
Roubo de cabos em carregadores: o novo pesadelo dos carros elétricos
Porquê cortar cabos?
A resposta é simples! Dinheiro rápido. Porque o cobre vale dinheiro, e os cabos dos carregadores rápidos têm muito cobre, e como tal, são muito apetecíveis.
Porquê? O cobre é valioso no mercado de sucata, e um cabo de carregamento rápido, especialmente os de corrente contínua (CCS2), pode valer centenas de euros. Também é fácil vender sem “grandes perguntas”.
Claro que quem rouba não vende ao valor real. Mas mesmo que vendam um cabo que vale 500€, a 50€ ou 100€, é dinheiro, e a verdade é que existem centenas de carregadores com estes cabos em Portugal. Não é muito difícil de encontrar.
O problema? O custo de reposição recai sobre operadores e, inevitavelmente, sobre os utilizadores, com preços de carregamento que acabam por subir.
Ideias para acabar com isto?
Nas redes, já se discutem soluções!
Cabos que só ficam disponíveis depois de o pagamento estar confirmado, câmaras de vigilância nos postos, ou na loucura, passar o problema do cabo para o consumidor. O problema é, se nos carregadores AC isto é prática comum, os cabos DC são muito diferentes, de maior calibre, alguns até refrigerados. Não é prático, nem barato, andar com um cabo destes na bagageira.
Um problema que é de todos?
Por mais que o prejuízo direto seja dos operadores, quem acaba a pagar é sempre o consumidor, seja através do aumento das tarifas ou pela indisponibilidade do serviço.
Por isso, enquanto não houver proteção séria nos postos e uma rede de manutenção rápida, vamos continuar a ver carregadores fora de serviço… e a ouvir a velha frase: “por isto é que não podemos ter coisas boas”. Ou pior, “por isto é que não vale a pena ter carros elétricos.“