Os carros elétricos têm muitas vantagens, sendo exatamente por isso que são a grande aposta mundial para uma mobilidade mais sustentável. Afinal, são mais limpos, teoricamente mais baratos de “abastecer” e oferecem uma experiência de condução semelhante à de um carro a combustão.
Então porque é que ainda não conquistaram a maioria dos condutores? A resposta está, em grande parte, no preço e nos custos de manutenção.
Mais caros logo à partida?
Mesmo o elétrico mais barato continua a custar bem mais do que um equivalente a gasolina. Basta olhar para alguns exemplos de 2025, e talvez mais importante que isto, olhar para além de Portugal. (O nosso mercado automóvel não é exemplo para ninguém!)
- Nissan: um Versa a gasolina começa nos 18.330 dólares, enquanto o Leaf elétrico parte dos 29.280 dólares.
- Hyundai: o Elantra N a gasolina custa cerca de 35.595 dólares, enquanto o Kauai (Kona) Electric começa nos 34.470 dólares mas pode ultrapassar os 42 mil.
- Chevrolet: o Malibu a gasolina arranca nos 26.995 dólares, enquanto o Equinox EV começa nos 34.995 dólares.
Ou seja, quem compra um elétrico está a pagar um prémio considerável logo no momento da compra.
Manutenção mais barata? Bem… Pode pesar na carteira!
É verdade que os elétricos têm menos peças móveis e, teoricamente, menos pontos de falha. O que por sua vez deveria significar custos de manutenção mais baixos. Aliás, esta foi uma das grandes bandeiras do mundo elétrico, quando os primeiros modelos começaram a chegar às estradas.
Mas quando algo corre mal, a conta pode ser bem mais pesada. Há três grandes razões para isso:
- Peças mais caras e exclusivas – Muitas ainda vêm diretamente do fabricante, sem alternativa no mercado de reposição. No mundo a combustão é muito mais fácil (e barato) arranjar peças.
- Tecnologia mais complexa – Certos componentes, como módulos de bateria, têm de ser substituídos por inteiro em vez de reparados.
- Falta de rede de reparação – Marcas mais recentes e de menor volume, como a Rivian, têm custos especialmente altos. Um exemplo extremo e ainda recente: um simples toque num Rivian R1T resultou numa fatura de 42 mil dólares.
O peso real na decisão de compra
Enquanto o custo inicial e a manutenção permanecerem mais altos do que num carro tradicional, muitos condutores vão hesitar em fazer a transição. Especialmente quando os problemas da autonomia, ansiedade de bateria, etc… Continuarem a pairar no mercado.
Até que a indústria consiga baixar os preços de compra e criar uma rede sólida de manutenção e peças, a adoção em massa dos elétricos vai continuar a ser mais lenta do que a tecnologia promete. Sendo exatamente por isso que as metas estão a mudar um pouco por todo o lado.
Aliás, há quem diga que o futuro imediato passa mais pelos híbridos ou pelos combustíveis sintéticos.