Durante semanas, acordei com aquela dor chata na cabeça. Não era enxaqueca. Não era sinusite. Era uma pressão esquisita, quase como se a almofada me tivesse esmagado o crânio lentamente durante a noite. A dor passava ao fim de algumas horas, mas todos os dias voltava. Tentei trocar de café, parar com o telemóvel antes de dormir, até ir ao oftalmologista. Nada. Até que alguém me perguntou: “Como é que costumas dormir? De barriga para baixo?” A minha resposta mudou tudo. Seria esta a causa para as dores de cabeça diárias?
A posição em que dormes pode causar dores de cabeça diárias
Dormir de barriga para baixo: o erro silencioso
Sempre dormi assim. Cabeça virada para o lado, braços debaixo da almofada, colchão afundado. Parecia confortável. Mas o que eu não sabia é que esta posição pode ser a pior inimiga da tua coluna… e do teu cérebro.
Segundo especialistas em sono, dormir de barriga para baixo obriga o pescoço a torcer-se durante horas. E essa rotação constante pode:
- Comprimir nervos cervicais
- Gerar tensão muscular na nuca e nos ombros
- Interromper a circulação sanguínea para o cérebro
Resultado? Dores de cabeça matinais, sensação de peso e até tonturas leves.
E de lado? Também tem os seus riscos.
Dormir de lado pode parecer inofensivo, mas se a almofada não tiver a altura certa, o pescoço fica desalinhado com a coluna. Pior ainda se usas uma almofada muito dura ou muito mole o apoio incorreto pode provocar cefaleias cervicogénicas (dores que parecem vir da cabeça, mas têm origem na cervical).
A posição mais recomendada: de costas… com ajustes
Os especialistas recomendam dormir de costas, com:
- Uma almofada firme que mantenha o pescoço alinhado
- Uma pequena almofada ou toalha debaixo dos joelhos para aliviar a lombar
- Colchão que suporte bem sem ser demasiado duro
E se tens tendência para te virar durante a noite? Há um truque: coloca uma almofada extra de cada lado. Assim o corpo acaba por se adaptar ao bloqueio suave.
Desde que mudei a posição de dormir, as dores matinais desapareceram quase por completo. Às vezes, a solução não está no que tomamos…mas na forma como nos deitamos.