A chegada da DIGI não foi apenas a entrada de mais uma operadora, foi um autêntico abanção que obrigou as “três grandes” a acordar para a vida. E para si? Isto significa uma coisa muito simples: preços mais baixos e o fim de algumas desculpas esfarrapadas.
Vamos ser brutalmente honestos. Durante anos, pagámos caro, talvez até demasiado caro. Isto por pacotes de fibra e dados móveis que em outras regiões Europeias não eram pesados a peso de ouro. Habituámo-nos a fidelizações de 24 meses como se fossem a única lei da terra e a pacotes “cheios de tudo” para justificar o preço. A MEO, a NOS e a Vodafone dominaram, e nós, os consumidores, pagámos a fatura.
A DIGI entrou em cena com uma filosofia radicalmente diferente. Os preços são agressivos, transparentes e sem a conversa do “só para novos clientes”.
Mas continua a haver um problema: falta de cobertura.
Falta de cobertura é uma realidade
A DIGI foi empurrada a entrar no mercado antes do previsto e, como tal, continua em fase de crescimento. Ou seja, a rede fibra ótica tem bastante qualidade mas ainda se encontra em poucas localidades.
Quanto à rede móvel, embora a DIGI até tenha mais antenas 5G que a MEO, ainda fica abaixo das expectativas em locais mais remotos. Isto já para não falar de quem ainda não há rede no metro de Lisboa.
Mas os números não enganam…
Vamos a números, que é o que realmente interessa. Para quem quer apenas fibra em casa, com velocidade entre os 500 Mbps e 1 Gbps, a DIGI atira-lhe para cima da mesa um preço que ronda os 7 € a 10 €. Compare isto com os 30 € ou mais que eram a norma no mercado até há bem pouco tempo.
E no telemóvel a conversa é a mesma. Quer dados a sério sem vender um rim? A DIGI tem pacotes com dezenas de gigabytes, ou até mesmo dados ilimitados, por preços que começam nos 4 € ou 7 €. De repente, as ofertas “low-cost” da concorrência, que já pareciam boas, tiveram de se adaptar à pressa para não perderem o comboio.
O “efeito DIGI” foi tão real que vimos as sub-marcas da MEO, NOS e Vodafone (Uzo, Woo e Amigo) a mexerem nos seus próprios preços e condições, numa tentativa clara de travar a debandada de clientes. Para si, isto é ouro sobre azul. A concorrência finalmente começou a funcionar a sério.
Nem tudo é perfeito, mas o impacto é inegável
Claro que nem tudo é um mar de rosas. A DIGI é uma operadora nova em Portugal e, como seria de esperar, ainda tem arestas para limar. Há queixas sobre a cobertura em algumas zonas do país e relatos de um apoio ao cliente que nem sempre consegue dar resposta a todas as solicitações. É o preço a pagar por ser um “player” novo a construir a sua infraestrutura.
No entanto, o impacto é inegável. A DIGI forçou uma transparência e uma agressividade de preços que não se via há anos. Demonstrou que é possível oferecer um bom serviço a um preço justo, sem obrigar os clientes a fidelizações longas e penosas.
A pergunta que fica no ar é: e agora? Agora, o poder está do seu lado. Assim que tiver cobertura da DIGI, tem mais argumentos para negociar com a sua operadora atual ou, simplesmente, para mudar para quem lhe oferece mais por menos.