Quarta-feira, Outubro 1, 2025

A sua visão anda estranha? Pode ter astigmatismo (e nem sabe)

Já alguma vez foi ao oftalmologista e ouviu que os seus olhos têm “forma de bola de râguebi”? Ou deu por si com a visão cada vez mais desfocada, dificuldade em focar ou sombras ao ler? Se sim, não está sozinho. Estima-se que cerca de 40% da população mundial tem astigmatismo e muitos nem sequer sabem.

O que é afinal o astigmatismo?

Imagine o seu olho como uma câmara fotográfica. A luz entra pela parte da frente (a córnea), passa por uma lente (o cristalino) e projeta-se num “ecrã” interno (a retina). Para a imagem ficar nítida, tudo tem de estar bem alinhado e com o formato certo. Quando isso não acontece, surge um erro de focagem o que chamamos de erro refrativo.

O astigmatismo é um desses erros. Acontece quando a superfície do olho, sobretudo a córnea, deixa de ser perfeitamente curva. Em vez de redonda como uma bola, fica mais oval como um ovo ou uma bola de futebol americano.

os seus olhos são rápidos... mas não consegue ver tudo!

O resultado? A luz espalha-se em vários pontos na retina, causando visão desfocada, distorcida, com sombras ou até dupla. Às vezes nota-se mais à noite, ao conduzir ou ao olhar para letras pequenas.

Pode aparecer em qualquer idade

O astigmatismo não escolhe idades. Pode surgir em crianças, adultos ou aparecer com o tempo. Muitas pessoas nascem com ele, mas o formato da córnea pode alterar-se com o envelhecimento, lesões ou condições como o ceratocone em que a córnea se torna cónica.

Casos mais ligeiros podem passar despercebidos, mas quando o grau aumenta, surgem sintomas como cansaço visual, dores de cabeça e esforço excessivo para ver ao longe ou ao perto.

Como é diagnosticado?

O diagnóstico é feito no consultório do optometrista ou oftalmologista, durante o teste de refração. Nestes testes, são colocadas lentes diferentes à frente dos olhos até se encontrar a combinação perfeita para uma visão nítida. Em casos mais complexos, como o astigmatismo irregular, recorre-se a exames mais sofisticados como a topografia corneana, um mapa 3D da superfície do olho.

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Tem tratamento?

Sim, e vários. O mais comum é o uso de óculos com lentes cilíndricas, especialmente desenhadas para compensar as curvaturas da córnea. Também existem lentes de contacto especiais que corrigem o astigmatismo com precisão.

Para quem quer livrar-se dos óculos, há alternativas como:

  • Cirurgia refrativa (laser), indicada para astigmatismos leves a moderados.
  • Ortoqueratologia (Ortho-K), um método em que se usam lentes rígidas durante a noite para moldar temporariamente a córnea.
  • Em casos graves ou irregulares, pode ser necessária cirurgia com transplante de córnea.

E nas crianças? Devo preocupar-me?

Sim e não. O astigmatismo não é uma doença grave, mas em crianças pode afetar o desenvolvimento da visão, a aprendizagem e até a coordenação motora. Altos níveis de astigmatismo não corrigidos podem provocar “olho preguiçoso” (ambliopia) ou desvios oculares.

Por isso, é essencial fazer exames visuais regulares, sobretudo antes de entrarem na escola. Quanto mais cedo se detetar, mais fácil é corrigir.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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