Isto é um assunto interessante, porque, pelo menos a nível pessoa, estou um pouco preocupado com aquilo que vai acontecer à sociedade quando a Inteligência Artificial rebentar a sério. Sim, porque apesar do impacto que já se faz sentir, isto é apenas a ponta do iceberg. Quando a IA rebentar a sério, você vai sentir, não tenha quaisquer dúvidas.
Por isso, comecei a pensar com os meus botões.
Prefere máquinas ou humanos? Está preocupado com isso?
Portanto, é daquelas pessoas que gosta de falar com alguém quando vai às compras, ou prefere despachar tudo sem ter de trocar uma única palavra? Esta pergunta, que parece simples, pode dizer muito mais sobre nós do que imaginamos.
Vamos ser práticos. Está no supermercado. Tem pressa. As caixas automáticas estão ali mesmo à mão. Passa os produtos, paga, e vai à sua vida. Sem filas, sem conversa fiada, sem ter de dizer “bom dia” se não lhe apetecer.
Eu sou muito honesto… A não ser que a fila seja muito pequena, vou imediatamente para as máquinas. O contexto é um pouco diferente, porque vivo numa terrinha “pequena”, e como tal, evito ter de falar com as pessoas porque simplesmente não me apetece. Mas mostra um pouco a mentalidade que tenho, e que julgo todos termos, pelo menos um pouco.
Aliás, a mesma lógica aplica-se às portagens, aos bancos, aos aeroportos, etc… Há quem valorize o facto de não existir uma interação social. De facto, há algumas semanas, fiz um artigo sobre aquilo que os cacifos para entrega e levantamento de encomendas trazem para cima da mesa, e só deixei elogios aos sistemas que se andam a espalhar por Portugal.
Mas agora pense comigo!
Se for mais rápido, mais cómodo, etc… Ser atendido por uma máquina, o que vai acontecer às pessoas?
Imagine que, por exemplo, liga para o suporte ao cliente da MEO, NOS ou Vodafone, e “alguém” atende. Você não faz ideia se é pessoa ou máquina, mas o problema fica resolvido. Vai ter algum dilema moral, ou vai apenas continuar com a sua vida?
A verdade é que esta escolha (Máquinas ou humanos), está a tornar-se cada vez mais uma declaração. De quem somos. Do que valorizamos. Do que estamos dispostos a sacrificar em nome da rapidez e da conveniência.
Já pensou sobre isto?
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