Sempre fui um pouco contra a apps premium englobadas dentro de ecossistemas gigantes, que obrigam à compra de um ou mais produtos para tirar o pleno proveito. Mas, se os consumidores pagam, as empresas vão atrás.
Por isso, tudo indica que a Samsung está prestes a transformar o Samsung Health num serviço pago. Ou pelo menos está pronta a introduzir uma versão “premium” com funcionalidades exclusivas. Mas, como é óbvio, para muitos utilizadores de longa data, isto pode saber a traição.
Samsung Health pago? Isto faz sentido? Parece que sim!
Até aqui, o Samsung Health tem sido uma app extremamente interessante, com uma utilidade real, onde não existiam subscrições, nem limitações artificiais. Porém, parece que isso está prestes a mudar.
Afinal de contas, numa entrevista ao CNET, o vice-presidente da Samsung para a área da saúde digital, Dr. Hon Pak, confirmou que estão a “explorar um modelo de subscrição premium”.
Versão gratuita pode sobreviver, mas com um ‘mas’!
A boa notícia, para já, é que as funcionalidades atuais não deverão desaparecer atrás de um paywall.
Ou seja, o mais provável é a Samsung lançar novidades, como as que estão em testes com o One UI 8 Watch, e cobrar apenas pelas coisinhas novas. Estamos a falar de funcionalidades como o “treinador de corrida”, o “índice de antioxidantes” e a “carga vascular”, todas elas voltadas para utilizadores mais avançados.
Entretanto, vale a pena salientar que este movimento está alinhado com a apresentação do Galaxy Watch 8, prevista para julho. Ou seja, é bem possível que o anúncio do novo relógio venha acompanhado da introdução do novo plano pago no Samsung Health.
Quanto é que isto vai custar?
Ainda não há valores oficiais, mas é natural que o preço ande à volta dos 10€/mês, à semelhança do que já acontece com o Fitbit Premium. A dúvida é se a Samsung vai alinhar nesse valor ou tentar ficar abaixo para conquistar utilizadores que ainda resistem a pagar por apps de saúde.
E o utilizador comum? Vai ficar a perder?
Para já, parece que não.
Mas a verdade é que este tipo de decisões costuma abrir a porta a mais restrições no futuro. Hoje são funcionalidades extra, amanhã pode ser o histórico detalhado ou os relatórios de sono. Quando uma app começa a dividir utilizadores entre “normais” e “premium”, o caminho raramente volta atrás.
Aliás, se viu a recente temporada de Black Mirror, sabe muito bem do que estou a falar.