Os alimentos ultraprocessados têm sido cada vez mais associados a uma longa lista de problemas de saúde, incluindo obesidade, demência, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Apesar dos alertas de especialistas, estes produtos continuam populares devido à sua conveniência, baixo custo e sabor apelativo. Mas agora há um fator ainda mais preocupante. Especialmente porque se trata da ligação ao aparecimento de Parkinson.
Estes alimentos estão ligados ao aparecimento de Parkinson!
Um novo estudo conduzido por uma equipa internacional de investigadores analisou décadas de dados de dezenas de milhares de profissionais de saúde. Os resultados revelam que o consumo elevado de alimentos ultraprocessados está associado a uma maior probabilidade de apresentar sinais precoces da doença de Parkinson.
Um olhar atento sobre sinais precoces
O estudo concentrou-se nos sinais precoces da doença de Parkinson. Ou seja, sintomas que podem surgir antes dos sinais clínicos mais evidentes, como dores corporais, obstipação, alterações no humor, sonolência excessiva durante o dia e perda do olfato. Embora não confirmem de imediato o diagnóstico, estes sinais podem indicar que a neurodegeneração já começou.
A investigação utilizou dados do Nurses’ Health Study e do Health Professionals Follow-Up Study, acompanhando a saúde e os hábitos alimentares de quase 43 mil participantes durante até 26 anos. Nenhum dos participantes tinha histórico de Parkinson no início do estudo.
A equipa analisou os questionários de saúde e os inquéritos alimentares preenchidos ao longo do tempo, estimando o consumo diário médio de alimentos ultraprocessados, conforme definidos pelo sistema de classificação NOVA.
Foram incluídos produtos como:
- molhos, pastas e condimentos industrializados
- bebidas adoçadas (com ou sem açúcar)
- snacks salgados embalados
- doces e sobremesas industriais
- iogurtes adoçados e produtos lácteos processados
- carnes processadas ou produtos de origem animal industrializados
Os participantes dividiram-se em cinco grupos com base no consumo de alimentos ultraprocessados. O grupo com maior ingestão consumia 11 ou mais porções por dia, enquanto o grupo mais baixo consumia menos de três porções diárias.
Mesmo após ajustes para fatores como idade, índice de massa corporal, atividade física, consumo de álcool, cafeína e tabaco, os investigadores concluíram que os indivíduos que consumiam mais alimentos ultraprocessados apresentavam 2,5 vezes mais probabilidade de ter pelo menos três sinais precoces de Parkinson.
Com exceção da obstipação, quase todos os sinais analisados foram mais frequentes entre os maiores consumidores destes alimentos.