A Xiaomi surpreendeu o setor automóvel ao lançar com sucesso o SU7, um sedan elétrico que rapidamente se destacou no competitivo mercado chinês. No entanto, à medida que o sucesso cresce, a marca enfrenta também desafios e críticas crescentes. Assim o Xiaomi SU7 está a enfrentar várias polémicas. Mas porquê?
Polémicas no Xiaomi SU7: a primeira é o capô!
Nos últimos tempos, a Xiaomi viu-se envolvida em várias polémicas. Um dos casos mais mediáticos envolve centenas de proprietários que planeiam processar a empresa por ter vendido um capô de “fibra de carbono” que, afinal, era apenas um elemento estético. Apesar de mais leve, o capô não melhora a aerodinâmica nem contribui para o arrefecimento da bateria ou dos travões. Trata-se de algo que gerou descontentamento. A marca pediu desculpa e ofereceu compensações, mas cerca de 400 clientes recusaram e estão a avançar com uma ação judicial.
Um estudo de qualidade
Além disso, um estudo de qualidade do primeiro trimestre de 2025 colocou o SU7 no último lugar entre os sedans elétricos de grande porte, com 239 pontos de penalização. O estudo foi realizado pela China Automobile Quality Network, uma plataforma oficial de queixas ligada à Administração Estatal de Supervisão de Mercado. A avaliação sugere um risco elevado de falhas e uma elevada taxa de reclamações por unidade vendida.
Um acidente fatal
A polémica intensificou-se após um acidente fatal ocorrido em março. Aí três jovens perderam a vida enquanto viajavam num SU7. Muitos apontaram o dedo ao sistema de assistência à condução da Xiaomi, embora a análise da caixa negra do veículo tenha revelado que o condutor assumiu o controlo nos últimos segundos e fez uma manobra brusca. Importa referir que, uma semana antes do acidente, o SU7 tinha sido considerado o carro mais seguro da China pelo C-NCAP.
Mas também há black PR à mistura
A Xiaomi não está sozinha. Várias marcas chinesas estão a ser alvo de campanhas conhecidas como “black PR”, onde influenciadores e bloggers são pagos para desacreditar produtos concorrentes. Recentemente, a Avatr — apoiada pela CATL — foi acusada falsamente de apresentar dados enganadores sobre a aerodinâmica do seu sedan Avatr 12. A marca respondeu com testes independentes e está agora a processar o autor da acusação.
Apesar das dificuldades, a Xiaomi continua a vender mais unidades do SU7 do que o Tesla Model 3 na China. Entretanto os fãs aguardam com entusiasmo o lançamento do YU7, o primeiro SUV da marca. No entanto, o mês de abril classifica-se pelo CEO Lei Jun como “o mais difícil desde a fundação da empresa”, refletindo os desafios de um setor em rápida transformação e altamente competitivo.