Caso não saiba, a Google deu o braço a torcer, e para servir de exemplo a todo o ecossistema Android, prometeu 7 anos de atualizações para os seus smartphones Pixel, a partir desta nova geração Pixel 8. Atualizações a sério! Ou seja, estes smartphones vão receber todas as novas versões do sistema Android até 2030.
Algo bombástico, que trouxe um sorriso para os fãs do mundo mobile, mas que infelizmente não é replicável para o restante ecossistema Google Android. Vamos tentar perceber porquê?
7 anos de atualizações? Não vai acontecer no Android
Portanto, como é que a Google consegue prometer 7 anos de atualizações, imediatas, nos seus smartphones Pixel? Bem, é a mesma exata situação da Apple com as atualizações imediatas do iOS para todos os aparelhos compatíveis.
Ou seja, tal como a Apple, com a sua gama Pixel, a Google é capaz de controlar tudo o que entra nos seus smartphones, e como tal, é muito mais rápido lidar com todas as especificidades da mistura de hardware com software.
Infelizmente, o mesmo já não acontece no restante ecossistema Android. Sendo exatamente por isso que a experiência não vai ser a mesma nos smartphones das outras fabricantes.
Ou seja, enquanto a Google faz “esta brincadeira” para uma gama com 2 aparelhos (Pixel 8 e Pixel 8 Pro), e possivelmente 3 aparelhos num futuro próximo (Pixel 8a), a Samsung, Xiaomi, Oppo, etc… Têm de lidar com gamas de aparelhos muito mais extensas, e claro, com uma mistura de hardware bastante mais complexa.
Aliás, na realidade, tanto a Samsung como a Xiaomi começaram a apostar muito mais nas suas atualizações de software nos últimos anos. Ambas as fabricantes bandeira do mundo Android já prometem 4 anos de atualizações para os seus aparelhos mais recentes. Porém, estas nunca são imediatas! Na verdade, com o passar dos anos, é muito provável que o seu smartphone caia na lista de prioridades, recebendo a atualização mais recente do Android 6 meses, 1 ano, etc… Após o seu lançamento original.
Isto não apenas e só porque as fabricantes têm de lidar com os muitos aparelhos das suas gamas, todos eles diferentes na lista de especificações, alguns com chips de memória da Micron, outra com chips da Samsung. Alguns com processadores MediaTek, outros com processadores Qualcomm. É que além da adaptação do software ao hardware, as fabricantes têm ainda de implementar as suas próprias funcionalidades, na forma da “skin” que utilizam, no caso da Samsung o OneUI, e no caso da Xiaomi o MIUI.
É devido a tudo isto que o ecossistema Android continua extremamente fragmentado, e mesmo com esta aposta da Google, não é expectável que a coisa mude. O próprio Sistema Operativo tem de mudar, desde a sua base, para permitir atualizações mais eficientes e rápidas.
Antes de mais nada, o que pensa sobre tudo isto? Interessante? Acha que este é o grande calcanhar de Aquiles do ecossistema Android? Qual é a solução? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.